Por Hely Beltrão
Líder de um ranking tenebroso em 2022 e 2023, como a Polícia que mais mata no Brasil, a polícia baiana segue sendo destaque negativo em 2024. Das 1.657 mortes em ações policiais nos três primeiros meses do ano, 454 foram na Bahia, números maiores que São Paulo com 220 e Rio de Janeiro com 152.
Em 2023, a polícia baiana matou 1.699 pessoas, segundo o 18º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) em julho, sendo a nossa a mais letal em números totais no país.
De acordo com dados da SSP/BA (Secretaria de Segurança Pública), houve crescimento no número de mortes por intervenção em todas as regiões do estado no primeiro semestre deste ano, com um aumento de 44% na região metropolitana de Salvador. A capital baiana Salvador, aparece no ranking como a capital com maior índice de mortes por letalidade policial, com 457 mortes, segundo dados no Anuário de Segurança Pública.
Há punição para os envolvidos?
"Meu filho foi executado", desabafou Marlene Santos, mãe do adolescente Gabriel Santos Costa, 17 anos, assassinado a tiros por um policial militar no bairro de Ondina, em Salvador, no domingo (1º). O crime foi filmado com uma câmera de celular por uma testemunha. Outro jovem de 19 anos também ficou ferido na ação.
Marlon da Silva Oliveira, PM suspeito de assassinar o menor, alegou legítima defesa e está sendo investigado pela Polícia Civil. A delegada Zaira Pimentel, que está a frente das investigações, pediu a prisão preventiva do PM, mas foi negada pela Justiça.
Em nota encaminhada a imprensa, a Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP-BA) disse que a PM instaurou processo administrativo disciplinar.
Policial Militar mata dono de Lava Jato
Em julho deste ano, noticiamos o homicídio de José Luiz Borges Santos, 41 anos, dentro de um lava-jato na rua Milão, bairro Brasília em Feira de Santana. O assassinato foi cometido pelo policial militar Roberto Costa Miranda, motivado pelo fato da vítima não aceitar o relacionamento da sua filha de 17 anos com o PM. Roberto deflagrou 21 tiros contra o dono do lava jato.
Mesmo o crime tendo sido registrado por câmeras de segurança do local, após livrado o flagrante, o PM se apresentou à Policia Civil, foi ouvido e saiu pela porta da frente, sendo preso apenas após quase 30 dias do crime a pedido do Ministério Público da Bahia (MPBA).
Leia nosso artigo: A essa altura já estaria morto
Solicitamos um posicionamento da SSP/BA com relação aos números apresentados nesta reportagem e aguardamos uma resposta.
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