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Polícia Homicídio

"A lei tem que funcionar também para trabalhador, preto e honesto, não só para branco", diz viúva de homem assassinado em lava jato ao cobrar por justiça

Ocorrências Policiais

06/08/2024 16h44 Atualizada há 1 ano
Por: Hely Beltrão Fonte: Conectado News
Luiz Santos
Luiz Santos

Por Luiz Santos e Hely Beltrão

Michele Silva Borges, viúva de José Luiz Borges, assassinado em um lava jato de sua propriedade no dia 22 de julho, sendo suspeito de cometer  crime um policial militar e médico que teve um envolvimento com sua filha, relatou ao Conectado News, os traumas e a sua busca por justiça após 20 dias da morte do seu marido.

Relembre: “Este crime bárbaro não pode ser esquecido”, disse Michele, viúva de homem assassinado por PM em um lava jato em Feira

Segundo ela, o médico e policial militar suspeito de cometer o crime tinha um relacionamento de amizade com o casal e nem passava por sua cabeça que ele poderia assassinar seu marido.

"Presenciei tudo, estava sentada, ele estava lavando para eu finalizar o carro, ele entrou disparado, não deu tempo de reação, meu marido foi assassinado covardemente com 21 tiros, sendo 10 na cabeça. Não desconfiávamos de nada, era um cliente que se tornou amigo, conversava, ficava na dele, apenas uma vez, que vi sua face agressiva, mas nada que fosse relacionado a mim e meu marido".

Mais: Vídeo:Câmeras mostram o momento que policial militar e médico mata homem dentro de lava jato

Michele relatou a sua revolta ao ver que o suspeito está levando uma vida normal como se nada tivesse acontecido. O policial se apresentou em uma delegacia na terça (23), um dia após o crime, acompanhado de um advogado e saiu pela porta da frente da delegacia por ausência do flagrante. 

"Continua como se nada tivesse acontecido, frequentando aula, passeando, que Justiça é essa? Pois garanto, se fosse o meu marido que tivesse cometido o crime, já estaria morto, a lei é somente para os brancos? Não, tem que funcionar também para trabalhador preto e honesto". 

Vida sem o marido

"Está difícil, porque éramos eu e ele, tento não pensar o tempo todo, não é brincadeira, peço forças e sabedoria a Deus o tempo todo. Procuro não entrar no local onde ele foi assassinado, os gritos dele não saem da minha cabeça, antes, eu não tomava remédios, mas agora preciso para dormir. Agora não tem jeito, tem que tocar o barco, ele era meu provedor, o que aprendi com ele durante esses 9 anos, vou fazer e não vou deixar morrer, até o dia que Deus permitir".

O que diz a Justiça

"Estive no Ministério Público da Bahia e fui informada que agora está nas mãos do Judiciário e do promotor, que a Justiça é lenta e é assim mesmo". Confira o vídeo da entrevista na íntegra abaixo.

 
 
 
 
 
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