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Feira de Santana Canal do Sertão

Início das obras do Canal do Sertão promete transformar o semiárido baiano com investimento de R$ 126 milhões

Projeto prevê abastecimento hídrico e desenvolvimento para o semiárido baiano

25/10/2024 15h08 Atualizada há 11 meses
Por: Mayara Naylanne


Na manhã desta sexta-feira, em entrevista ao Conectado News, o professor e ambientalista João Dias anunciou o avanço do projeto do Canal do Sertão Baiano, com o início da construção de mais 10 km, estimada em R$ 126 milhões. Segundo Dias, esta nova fase das obras começa na bacia do Salitre, em Juazeiro, e atravessa o semiárido baiano, uma região marcada pela escassez hídrica e por rios intermitentes, como os rios Jacuípe e Itapicuru. "A obra será em parte acompanhada e, em sua maioria, seguirá por gravidade até alcançar a barragem de São José do Jacuípe, a maior do Rio Jacuípe, com capacidade para 257 milhões de metros cúbicos”, explicou o ambientalista.

Segundo João Dias, a barragem de São José do Jacuípe, localizada abaixo de Pedras Altas, foi construída na gestão do governador João Durval, mas encheu apenas uma vez devido ao baixo volume de água nos rios da região. “Com o canal, a ideia é levar a água do Rio São Francisco para encher essa barragem, beneficiando diretamente municípios como São José do Jacuípe, Gavião, Nova Fátima, Riachão, Anguera, Serra Preta e Feira de Santana, especialmente os distritos mais secos, como Jaguara e Maria Quitéria”, destacou.

Para o ambientalista, a transformação do Rio Jacuípe, hoje intermitente, em um rio perene será um marco significativo para a região, impulsionando o abastecimento de água e o desenvolvimento local. Ele explica ainda que o canal está associado à transposição do Rio São Francisco, um projeto que, embora tenha enfrentado críticas, prevê a retirada de apenas 57 m³/s do balanço hídrico de 2.940 m³/s do São Francisco, o que não representa riscos ao rio.

Essa etapa inicial de 10 km, custeada pelos R$ 126 milhões recentemente liberados, envolve a instalação de estações de bombeamento, um dos fatores que encarecem a obra. O canal completo terá uma extensão de 325 km e está estimado em R$ 5 bilhões, com conclusão prevista para 2035.

João Dias reforça que este é um sonho antigo da região e incentiva o engajamento das lideranças locais para garantir o avanço da obra. “É uma luta de todos nós. Essa água será fundamental para a sustentabilidade da região, e espero que todos, inclusive prefeitos e lideranças regionais, se unam por essa causa”, concluiu.

Com informações: Luiz Santos

Por: Mayara Nailanne

Foto: Alex Oliveira

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