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Feira de Santana UEFS

"Há imposição de uma agenda que privilegia apenas um público específico", diz psicóloga sobre retirada de mictórios dos banheiros masculinos da UEFS

Segundo reitora, as ações fazem parte de um grande projeto de inclusão

31/05/2024 13h13 Atualizada há 1 ano
Por: Hely Beltrão Fonte: Conectado News
Redes sociais/ Reprodução
Redes sociais/ Reprodução

Circulam vídeos nas redes sociais de pessoas protestando contra a retirada dos mictórios dos banheiros masculinos da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS). Em um dos vídeos, a psicóloga Rocheane Rocha  mostra os mictórios jogados em um matagal dentro da instituição. 

Ao Conectado News na manhã desta sexta (31), Rocheane afirmou que as ações privilegiam uma minoria e fez alguns questionamentos acerca da destinação dos mictórios.

"Fiquei sabendo dessa situação ocorrida na UEFS como outras através de denúncia de alunos que não podem mais usar mictório, fomos averiguar a denúncia, não entrei no banheiro masculino, mas consegui fotos para provar o que estava sendo dito no vídeo e constatar o que fizeram com os mictórios, aquilo é dinheiro público, jogaram em um terreno baldio sujeito a sol e chuva, o que mais me chamou atenção foi o critério utilizado para se retirar os mictórios do banheiro masculino, por que retiraram? Ouviram a todos, procuraram saber? O que eu soube pela denúncia de alunos do sexo masculino é que estava constrangendo o público LGBTQIAPN+, ficamos estarrecidos de como se retira o mictório do banheiro masculino para privilegiar o público LGBTQIAPN+ e prejudicar o público que quer usar o mictório e afora não tem mais, que critério é esse?Na nota da UEFS, alegaram a questão da higiene, inclusão, disseram também que vão doar os mictórios. Mas, se a questão é higiene, doarão para alguém instalar em algum lugar e espalhar a mesma falta de higiene que alegaram na nota? Outra coisa, disseram também que é uma questão de inclusão, mas inclusão de quem? De uma minoria, porque há uma grande maioria na instituição que quer usar o mictório e não pode mais, porque uma minoria está sendo privilegiada e outra não, estamos vivendo um tempo em que se fala muito em democracia, mas democracia não é para atender a todos? Se é por questão de inclusão, deixo alguns questionamentos: há Braille para quem é cego, o piso do banheiro masculino é antiderrapante para incluir a todos? Porque se a questão é inclusão, estão excluindo quem quer usar mictório apenas para privilegiar um grupo, cadê a democracia? A universidade não é um espaço que deve ser totalmente democrático? Outra coisa, grande parte dos coqueiros da Universidade estão decorado com as cores do arco-íris, que todos sabem que caracteriza o movimento LGBT, quero deixar claro também que não sou homofóbica, não tenho preconceito com isso, muito pelo contrário, até porque sou psicóloga e sei a importância disso tudo, mas, quem não concorda com isso, como é que fica? O que está claro para quem quiser ver, é a imposição de uma agenda que privilegia apenas um público específico. O ponto é: todas as pessoas estão se sentindo inclusas na UEFS? Se as pessoas pesquisarem, saberão que há professores e alunos que está claramente sendo excluído e  acuado diante de tudo isso".

De acordo com a NR (Norma Regulamentadora) 24.2.1.1, o banheiro masculino deve conter, mictório, exceto quando o banheiro for de uso individual. Apesar da Norma Regulamentadora não ter força de lei, questionamos Rocheane sobre quais providências pretende adotar.

"Para resolver essa situação, quem deverá tomar os próximos passos é o próprio deputado Leandro de Jesus (PL), que acionará o Ministério Público através de denúncia, diante disso tudo, o mínimo que deve ser feito é colocar os mictórios de volta nos banheiros masculinos".

Reitora da UEFS Amali Mussi

Ao Conectado News, a Reitora da UEFS Amali Mussi afirmou que a retirada dos mictórios faz parte de um projeto maior de acessibilidade.

"Na Universidade Estadual de Feira de Santana estamos com um amplo projeto de acessibilidade, inclusão e melhorias, qualquer pessoa que passa pelo campus verá pavimentação e auditórios, quanto às reformas, estamos reestruturando muito a universidade nesse momento, a retirada dos mictórios faz parte de um projeto maior, porque alguns banheiros serão ampliados, terão vasos com acessibilidade, mictórios com cabines, a estruturação visa à inclusão para lidar com todas as diferenças. Também vamos mudar as placas nos banheiros, nesse projeto de acessibilidade e inclusão consideraremos todas as vertentes, como pessoas com deficiência, trans, para ter uma Universidade que seja realmente inclusiva para todos indistintamente".

Amali negou as alegações de que homens héteros estariam sendo excluídos com essa medida.

"Não, na verdade a inclusão é para incluir a todos, todos terão seus direitos preservados, a retirada dos mictórios é para um projeto maior, inclusive teremos o banheiro masculino com um trocador de fralda, pois entendemos que a maternidade não é apenas da mulher, os homens precisam ajudar nisso, faz parte de um amplo projeto da Universidade de inclusão e de acessibilidade, teremos banheiros que terão mictórios com cabine, mas em uma outra perspectiva, a da inclusão, de termos sanitários que atendam a todos  indistintamente, não temos todos os sanitários com acessibilidade para as pessoas com deficiência, também estamos nos preocupando com isso, é que foi pego exclusivamente um nicho desse projeto maior, mas divulgamos os nossos projetos, estamos abertos ao diálogo, é um projeto que é fruto de construção coletiva para que a nossa universidade seja cada vez mais popular, afirmativa e inclusiva".

Ao ser questionada sore o destino dos mictórios, a reitora afirmou que parte serão doados e outra parte reutilizados.

"Parte deles serão reutilizados e a outra parte o nosso setor de unidade de infraestrutura já está realizando o contato com associações para a doação".

Reportagem: Luiz Santos e Hely Beltrão

1 comentário
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José Carlos SilvaHá 1 ano Feira de SantanaO Ministério Público precisa agir urgentemente e essa Reitora ser responsabilizada, com tantas coisas importantes para a UEFS se preocupar e investir, essa incompetente desperdiça nosso dinheiro com um ato tresloucado de retirada dos mictórios.
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