Começo este texto usando algumas frases antigas, porém muito atuais. A primeira diz “faça o que eu digo, não faça o que faço”; outra assevera “dê poder ao homem e conhecerá suas virtudes”; ou ainda uma frase muito comum por aqui que assegura “farinha pouca meu pirão primeiro”. Todas essas máximas se aplicam muito bem, salvo melhor juízo, ao senhor governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT). Senão vejamos.
Enquanto servidores estaduais da Bahia protestavam nos arredores da Assembléia Legislativa da Bahia (Al-BA) na última terça-feira, 28, quando estava para ser votado projeto do Executivo estadual propondo “reajuste” de 4% linear para a categoria servidor público, “leões de chácara”, sobre forte esquema de segurança pública com homens armados até os "dentes", como se diz popularmente, protegiam os senhores deputados estaduais que, ao final, aprovavam o que foi proposto pelo governo.
No mesmo “pacotão” o governador teve reajuste de quase 5% e passará, desde então, a receber mais de 36 mil reais mensais, sem falar dos inúmeras benefícios. O governador, que também é servidor público - professor da UEFS -, não tem sido bom patrão para seus colegas servidores públicos. Segundo alguns servidores e sindicatos “o homem” tem sido linha dura, com a desculpa de “não inflacionar e comprometer o limite prudencial com investimento na folha de pagamento”.
Até certo ponto é possível concordar com o senhor governador, que deve zelar pela economia e com o desenvolvimento sem comprometer a máquina pública. No entanto, não vemos esse cuidado todo quanto a assuntos de interesse próprio ou de seus apoiadores e apoiadoras mais próximas, ou melhor, quando o assunto é o reajuste de seu próprio salário, bem como dos deputados estaduais e de outros membros do alto escalão da política baiana.
É sempre assim: quando o assunto é de interesse pessoal não tem limites, não há lei que os impeça. Repito, é a velha “farinha pouca meu pirão primeiro”. E se utilizando do aparato policial do estado para impedir manifestações ainda dizem que defendem os direitos individuais e coletivos, direito de ir e vir, a democracia.
É sempre bom lembrar que o professor Jerônimo Rodrigues, hoje governador Jerônimo Rodrigues (PT), em outros tempos, condenou atitudes as quais seu governo utiliza em dias atuais. A história mostra isso. Faça o que eu digo, não faça o que faço.
Por Luiz Santos, Radialista e Jornalista
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