O bolsonarismo no pós-eleições de 2022 no Brasil teve, segundo os autores deste escrito, um crescimento e uma determinação ideológica muito significativas. Quanto ao crescimento, referimo-nos a um movimento ideológico, semelhante ao brizolismo - considerado fenômeno político da década de 80 no Brasil. Note-se que o mesmo não ocorreu com o lulismo como movimento ideológico. Na derrota para Bolsonaro em 2018, salvo melhor juízo, a esquerda não foi simbolizada com a figura de Lula, mas com a estrela do Partido dos Trabalhadores - PT. Existiu sim, um movimento de esquerda que orbitou a estrela do PT.
No caso de Bolsonaro, a perda da eleição para Lula em 2022 fez com que a direita rotulasse o bolsonarismo como sendo um partido. Viu-se uma unidade da extrema direita com todos os requisitos e práticas já conhecidas e condenadas pela Democracia. Mas a que se deve esse crescimento e essa exploração midiática do bolsonarismo? Os percentuais de adeptos do moimento bolsonarista, segundo as últimas pesquisas, permanecem inalterados e giram em torno de 35%. No entanto, as exposições midiáticas, os movimentos de rua, ações condenáveis como o que ocorreu dia 08 de janeiro de 2023 no Brasil, sobretudo o quebra-quebra e as invasões dos espaços e prédios dos três poderes, são representativos; além de um forte movimento nas redes sociais, inclusive com práticas mentirosas, ou como se rotula nos tempos atuais: criadores e divulgadores de fake news, são alguns dos “métodos” utilizados cujo os objetivos, em alguns casos, ainda são desconhecidos.
Obviamente que não somos "experts" em matéria de política, porém, acreditamos ser possível inferir um quadro muito forte de exposição do bolsonarismo. Ou quiçá, uma bem arquitetada estratégia de defesa. Partindo de um princípio - inclusive muito utilizado no futebol -, que “a melhor defesa é o ataque”, o bolsonarismo, ao que parece, com as “barbas de molho”, tem usado a estratégia (ATACAR) como forma de se prevenir de muitas punições que se abaterão sobre Bolsonaro e tantas figuras que o defendem, vide inúmeros processos judiciais abertos e em julgamentos contra estas figuras. Processos, inclusive, que aterrorizam não somente o Bolsonaro, mas também familiares seus. Não querem, Bolsonaro e defensores do Bolsonarismo, arriscar a prisão para depois atacar. Preferem usar [Bolsonaro e os bolsonaristas] essa estratégia em protestos e movimentos de rua, além de se comportarem dessa maneira também, e de maneira acirrada, na mídia nacional e nas redes sociais. Falando em prisão nos tempos atuais, em uma rápida “goolgada” é fácil encontrar escritos sobre a vida pregressa de uma pessoa, especialmente sendo ela pessoa pública.
Numa dessas buscas é possível encontrar à disposição matéria de 05 de setembro de 2021 do brasil247.com, uma citação que diz “Há exatos 35 anos, no dia 2 de setembro de 1986, o capitão de artilharia do 8º. GAC/PQDT, Rio de Janeiro/RJ, Jair Messias Bolsonaro foi preso pela primeira vez”. Um dos motivos, segundo consta na matéria, foi “ter elaborado e publicado em uma revista semanal (“Veja” - semana 03OUT86), sem conhecimento e autorização de seus superiores, artigo em que tece comentários sobre a política de remuneração do pessoal civil e militar da União”. Resta lembrar ainda que durante campanha eleitoral em 2018, ao participar de manifestação na Avenida Paulista, o então candidato Bolsonaro disse que, se eleito, a esquerda e os comunistas teriam três alternativas: “o exílio, a prisão ou a ponta da praia”. Esta última, segundo informações colhidas, faz rereferência a uma base da Marinha na Restinga de Marambaia, no Rio de Janeiro cujo local era usado para a execução de presos políticos. As eleições ocorreram normalmente e dentro da Democracia e, sem que nenhum partido ou qualquer candidato questionassem o processo, Bolsonaro foi eleito, tomou posse, foi presidente do Brasil de direito e, pelo que se tem notícia, ninguém foi exilado, ninguém foi preso político ou mesmo levado para a ponta da praia por ser de esquerda e/ou comunista. Que permaneça assim. Em outro pronunciamento, desta feita em Goiânia, em setembro de 2021, na Assembleia de Deus daquela Capital, Bolsonaro fez mais uma das suas costumeiras declarações/ataques que, por vezes, geravam e continuam gerando especulações e “manchetaram” o noticiário da época. Bolsonaro disse que só teria três opções para ele: “estar preso, ser morto ou a vitória”. A vitória nas eleições do ano seguinte, 2022. Como não destacou tanto as outras duas alternativas, como fez ao dizer que “jamais seria preso”, quiçá, estaria aí o X da questão: Bolsonaro preferiu priorizar a primeira opção por medo de reviver a prisão 35 anos passados, sgundo a matéria destacada. Desta feita, não somente ele como filhos e defensores do bolsonarismo. Estes são alguns exemplos de como os termos - preso, prisão -, rondam Jair Bolsonaro, familiares, defensores.
Durante todo o seu governo e nos tempo atuais usar ataques a instituições, pessoas, governos [...] que considere contrários aos seus interesses, têm sido estratégia rotineira do ex-presidente Jair Bolsonaro e de aliados seus. Há um ditado que diz que “o futuro a Deus pertence”. Aqui, afirmamos não desejar o mal a nosso pior inimigo, no entanto, ao procurar entender a história política do Brasil recente, confessamos temer, também, pelo que possa acontecer daqui pra frente, ainda que a intenção não seja levar terror a ninguém. Se é que exista essa possibilidade. Após o fatídico 7 de setembro de 2021 no Brasil, quando o sentido de INDEPENDÊNCIA, próprio da história da data e do país, foi “expropriado” por partidos políticos, pra não dizer de outro modo, resta perguntar: o que o ex-presidente da República quis dizer com “estar preso, ser morto ou a vitória”, nas eleições de 2022? Em outras palavras, e considerando tantos processos que beiram a prisão de Bolsonaro, de familiares e de defensores seus, o que seria capaz de fazer o ex-mandatário da nação Brasileira para não ser preso, pela segunda vez e não ver um filho seu ir preso também? Por fim, será que já podemos juntar as três alternativas “de Bolsonaro” num desfecho único? Considere-se que Bolsonaro já perdeu as eleições de 2022, além de ter sido tornado inelegível mais recentemente. Restam agora duas alternativas.
E se a alternativa prisão, de fato, não fizer parte dos planos de Bolsonaro? Seja como for, e, ante o exposto, concluímos ao afirmar que Bolsonaro e o bolsonarismo, que se utilizam da estratégia ATAQUE como forma de DEFESA, não parecem estar tão preocupados com a volta ao poder. Para quem tem acompanhado atentamente a história política do Brasil, sobretudo dos partidos políticos, percebe que as constates brigas internas do Partido Liberal (PL), partido do Bolsonaro, dizem isso. As divergências com aliados também. No entanto, ainda assim, a marca PL cresce como movimento ideológico. Resta, antes de mais nada, saber o real objetivo. Seria para evitar as grades? O tempo dirá.
Por Pedro Torres Filho, Professor aposentado e Carlos Alberto, Professor e Radialista
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