A vinda de supermercados atacadistas para Feira de Santana poderá aquecer a economia e gerar um grande número de empregos. Nos últimos meses, noticiamos a possibilidade da vinda de algumas redes atacadistas para o município, duas delas estão se concretizando, sendo uma em fase de construção, a outra em fase de implantação. Temos ainda algumas sem data definida.
Em fase de construção, temos o Economart, que está sendo construído em um terreno na Rua Passo Alegre, no bairro Lagoa Salgada, nas próximidades do entroncamento que liga a Avenida Getúlio Vargas, BR 324 e Avenida Noide Cerqueira. Segundo informações, a rede atacadista, que possui filiais em Paulo Afonso e em vários municípios do estado de Minas Gerais, pertence ao ex-prefeito de Mata de São João/BA, João Gualberto (PSDB).
No dia 02 de maio, noticiamos a vinda do Sams Clube, no Boulevard Shopping, com previsão de inauguração no final do mês de agosto e expectativa de gerar 180 empregos, sendo 120 diretos e 60 indiretos.
As possibilidades não param por aí. Em novembro do ano passado, recebemos a informação a respeito da da vinda do Hiper Matheus, que começou no Maranhão e tem várias unidades espalhadas por todo o Nordeste, de propriedade de Ilson Matheus, que já conta com um centro de distribuição no município. Há conversas para instalação da nova unidade no Shopping Popular Cidade das Compras.
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Em outubro do ano passado, após a Fundação Santo Antônio, proprietária do terreno no qual está localizado a Unidade Básica de Saúde Centro de Assistência Social Santo Antônio, referência em vacinação, anunciou o fechamento da unidade e mudança de local, por conta da Fundação não desejar renovar o aluguel, para que seja instalado na localidade um empreendimento de uma grande rede atacadista.
No final de 2022, chegou ao fim, o embate judicial entre a Cencosud, proprietária da rede Gbarbosa e o Mercantil Rodrigues, que adquiriu um terreno em frente a rotatória do bairro Muchila, com ganho de causa para o morador que se sentiu prejudicado após ter o calçamento de sua residência danificado e seu direito de ir e vir impedido. Após o ocorrido cogitou-se a construção de uma filial do Mercantil Rodrigues no local, inclusive, houve tratativas com o então secretário de Desenvolvimento Urbano, Sergio Carneiro. Após dois anos, no final de 2023 o terreno que estava tomado pelo matagal foi limpo, mas ainda não há sinal de obras no terreno.
Após todos esses relatos, o Conectado News perguntou ao economista e professor da UEFS (Universidade Estadual de Feira de Santana), Antonio Rosevaldo, o que torna o município tão atrativo para essas redes atacadistas. Segundo ele, a cidade já tem um bom histórico, sem contar que os compradores dos municípios vizinhos viabilizam economicamente a vinda.
"Feira de Santana é uma cidade com um histórico atacadista de alimentos muito grande, os mais antigos saberão muito bem ao que me refiro, ainda resta a Marechal Deodoro, o entorno do Centro de Abastecimento, onde temos armazéns atacadistas. O que acontece na verdade, é que as grandes corporações entenderam esse nicho de mercado e que podem chegar na cidade e competir com esse setor que está estabelecido há décadas em Feira, as duas grandes redes chegaram primeiro e se instalaram no anel de contorno, no Sobradinho e as demais entenderam que poderiam vir a partir da expansão dessas duas redes, com lojas pela cidade. Quem são os clientes dessas lojas? São os comerciantes das cidades pequenas no entorno de Feira de Santana, isso dá um mercado comprador muito alto, o alvo dessas empresas atacadistas não é tanto o consumidor feirense, mas sim comerciantes das cidades do interior, e claro, se ele tem condição de competir e oferecer preços mais acessíveis, vem e se instala na cidade, a princípio, isso é uma substituição perigosa, porque substitui geração de empregos local mas que com o passar do tempo vai desempregar pessoas, porque a automação comercial começa a se fazer presente, atualmente já se encontra grandes redes de supermercado com um totem de autoatendimento, você pega a mercadoria, passa no totem e paga, sem ter contato com o caixa, essa automatização vai gerar desemprego. Quando se tem um vários atacadistas de pequeno porte, a automação vai demorar um pouco a chegar neles, mas com o tempo haverá a substituição, na verdade não é um agregação de produtos em oferta, mas sim uma substituição, porque certamente esses atacadistas menores não terão condições de suportar essa concorrência que chega de fora com muito mais poder de fogo", concluiu.
Reportagem: Hely Beltrão
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