Algumas declarações do governador Jerônimo Rodrigues (PT), durante evento de inauguração da Escola de Tempo Integral Georgina de Melo e Erismann ocorrida na segunda (19), não foram bem recebidas pelos professores.
Em entrevista ao Programa Levante a Voz da Rádio Sociedade News FM na manhã desta terça (20), a diretora da APLB Feira, sindicato que representa os professores estaduais e municipais do município, repudiou as declarações do governador, onde segundo ele, quando o aluno é reprovado, a culpa é da escola. Veja vídeo abaixo.
"Desde a segunda (19) que a APLB emitiu uma nota a respeito desta fala infeliz do governador Jerônimo Rodrigues (PT), que é professor, é importante que se diga que a questão do aluno, da aprendizagem, não está apenas ligada ao professor, mas também com as condições sociais dos alunos, muitos alunos não tem em casa e é garantido na escola o café da manhã, escola integral com almoço e jantar, tem que garantir condições de aprendizado, vários fatores influenciam na aprendizagem do aluno, porém, a Secretaria de Educação não pode violar o direito do professor, muitos alunos são reprovados porque não houve durante o ano letivo o tempo de aprender, não deu certo e foram reprovados. Não ocorreu discussão quando a Secretaria de Educação não ouviu o professor quando divulgaram a portaria 190, pois no conselho de classe não é só o professor que decide, é feita uma reunião com todos os professores daquele aluno para decidir se será aprovado ou não. Quero dizer que o governador Jerônimo foi muito infeliz nessa fala e com a categoria que passa por problemas, nosso plano de carreira que foi destruído, os aposentados que só tiveram direito a 4%, são vários problemas a serem resolvidos".
Ações após publicação da portaria
"Já tivemos reunião com a Secretaria de Educação para rever isso, a secretaria nas negociações com o sindicato envolvendo questões de salário e outras pautas, os alunos que foram reprovados internamente das reuniões dos conselhos das escolas e que o governo passou por cima e aprovou todo mundo, ou seja, tirou toda a autonomia que o professor ainda tinha, porque professor atualmente não é respeitado por ninguém. Por tanto, a APLB se reuniu com a secretária e estamos vendo o que será feito sobre isso. Isso nunca houve na Bahia, em lugar nenhum, passar por cima dos conselhos de classes das escolas, a unidade escolar tem autonomia, está na lei da LDB (Lei de Diretrizes Básicas) nº 9394. Não é uma decisão monocrática do professor reprovar aluno, que, se perder em uma ou duas disciplinas e o conselho de classe aprecia, ou seja, é uma decisão coletiva, com base no acompanhamento do aluno durante todo o ano. Agora o governador vem acusar, como se a culpa pelo caos na educação fosse do professor", concluiu.
Reportagem: Luiz Santos e Hely Beltrão
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