Hoje, 7 de abril, é o Dia do Jornalista. É uma data a comemorar, em homenagem àqueles a quem a sociedade confere o papel de serem os seus olhos frente às instituições públicas e organizações privadas. É também um momento de reflexão, para o aproveitamento de um cenário propício à inflexão de uma escolha feita pelo Brasil, 14 anos atrás.
Em 2009, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu por abolir a exigência do diploma de nível superior em Jornalismo para o exercício da profissão. Com uma posição isolada e análise superficial, desconsiderou 40 anos de avanços na formação dos profissionais que são os elementos de consciência crítica da sociedade.
Diante da decisão judicial e da, até agora, lentidão do Legislativo em resolver a questão, cresceu a precarização do trabalho do jornalista, fortalecida, mais recentemente, por um discurso de ódio ao jornalismo profissional, além de iniciativas de descredibilização por parte de grupos políticos e ideológicos antidemocráticos. Não à toa, presenciamos o salto nos números da violência contra a imprensa no Brasil, de 99 ocorrências, em 2017, para 430 em 2021.
Para a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) e os sindicatos filiados, entre os quais o Sinjorba, esses fatores pavimentaram o ambiente para o avanço das fake news, que tanto estrago têm causado ao país nos últimos anos. Um cenário potencializado pela falta de regulação das redes sociais, que se tornaram um espaço para o vale-tudo, inclusive para a fragilização do jornalismo profissional, enquanto usa o trabalho deste como meio para ganhar muito dinheiro.
As entidades sindicais de jornalistas transformaram este 7 de abril de 2023 em um momento para discussão de iniciativas e de lutas que revertam este quadro, melhorando o ambiente do jornalismo.
São três as questões que trabalhamos como prioridade: o restabelecimento da formação superior em Jornalismo como exigência ao exercício profissional; a aprovação de uma nova regulamentação da profissão de jornalista para incorporar as novas funções advindas com a tecnologia e as mudanças na comunicação; e a criação de um fundo de fomento ao jornalismo, tendo como uma de suas fontes a taxação das plataformas digitais, que ganham bilhões de dólares com o conteúdo produzido pelos jornalistas.
No momento mais crítico vivido pela humanidade nos últimos 100 anos, o jornalismo profissional foi o instrumento que a ciência lançou mão para enfrentar o negacionismo durante a pandemia da Covid-19 e defender a vida. Este é um belo exemplo do papel que os jornalistas desempenham em sociedades democráticas.
Contra a pior fake news, o melhor jornalismo. Viva o 7 de abril.
Por Moacy Neves é jornalista (Facom-UFBA/1995), presidente do Sinjorb
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