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Política Eleições 2022

Igreja Ortodoxa não reconhece "Padre Kelmom" como membro

O candidato à presidência pelo PTB não é reconhecido pela Igreja Católica

26/09/2022 16h25 Atualizada há 3 anos
Por: Hely Beltrão Fonte: Conectado News
Divulgação
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De acordo com uma nota, publicada no dia 14 de setembro, o candidato à Presidência da República Kelmon Luís da Silva Souza, que se autodenomina padre, não é membro da Igreja Ortodoxa. O texto é assinado por Dom Tito Paulo George Hanna, arcebispo da Igreja Sirian Ortodoxa de Antioquia do Brasil.

"Chegou ao nosso conhecimento que muitos cidadãos têm questionado membros da nossa igreja a respeito de um candidato à Presidência da República pelo PTB que se auto apresenta como Padre Kelmon, utilizando insígnias de nossa tradição, sobre a veracidade de seu vínculo à nossa Igreja", começa o texto da Igreja Ortodoxa.

Kelmon se apresenta como sacerdote da Igreja Ortodoxa no Brasil, aparecendo em peças de campanha com vestimentas tradicionais da igreja. 

O agora presidenciável concorria como vice de Roberto Jefferson (PTB), mas obteve a cadeira de líder da chapa depois que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) barrou a candidatura do ex-deputado.

Ainda segundo o documento, o “padre” nunca foi seminarista ou membro do clero da Igreja em nenhum dos três graus da ordem, quer no Brasil ou em outro país. 

Padres católicos questionam denominação

Mesmo com as polêmicas, a candidatura de Kelmon, que completa dez dias neste domingo (25/9), ainda não o tornou conhecido entre todos os religiosos. “Eu teria que pesquisar para ver quem é e mesmo assim não saberia encontrar boas fontes. É aquela história... ‘De onde apareceu essa criatura?’ Só sei que padre católico ele não é”, declarou o padre Otávio Juliano de Almeida, professor de Teologia da PUC Minas e pároco da Basílica do Santo Cura d’Ars, no bairro Prado, na região Oeste de Belo Horizonte.

Kelmon, que se define como "homem cristão, conservador de direita", disse durante o horário eleitoral que "estão sexualizando as crianças nas escolas brasileiras". Já o seu programa de governo é intitulado "Direita, graças a Deus". 

"Ele não tem comunhão. Nem em Roma, nem mesmo com qualquer igreja de rito ortodoxo. De maneira nenhuma alguém assim pode atribuir-se esse 'título'. Em se tratando de 'religioso', parece mais um 'outsider', que quer posar", declarou o padre Fabiano de Oliveira, da Igreja Católica Apostólica Romana. 

O padre Edir Carvalho do Carmo, administrador da Paróquia Nosso Senhor dos Passos e São Cristóvão, em Sarzedo, na região Metropolitana de Belo Horizonte, ressaltou que a Igreja Ortodoxa é considerada pela Igreja Católica como um segundo pulmão, principalmente no Leste Europeu, e falou sobre as normas para os religiosos que querem entrar na vida política.

"O que eu posso dizer, como membro da Igreja Católica Apostólica Romana, é que quando um padre vai se candidatar a vereador, prefeito, presidente, ele tem que deixar o Ministério. A igreja não tem partido, apesar de ressaltar a importância do voto, que é uma conquista da sociedade", explicou. 

O candidato a vice-presidente na chapa de Kelmon é o Pastor Gamonal (PTB), de 50 anos. Nascido no Rio de Janeiro, ele ocupa temporariamente a presidência do Movimento Cristão Conservador (MCC) da sigla partidária.

"Dizer-se de si mesmo, que se é padre, é muito fácil. Quase como Napoleão, que se coroou a si próprio, negando o sinal divino encerrado neste gesto, este senhor manifestamente não tem comunhão com as referidas igrejas", ponderou Fabiano.

Fonte: Estado de Minas

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