Sindicalista feirense é denunciado no Ministério Público Federal

O sindicalista Hamilton Ramos do SINDESP (Sindicato dos Servidores Públicos Municipais) foi denunciado ao Ministério Público Federal por servidores municipais, dentre eles a servidora Cristina Araújo Vitório. Em entrevista ao Conectado News, Cristina disse que estão sendo negados os direitos básicos, como o direito de acesso ao Estatuto, livro de ATA e a sindicalização de servidores.

"Hoje uma turma que tentou se sindicalizar e ele não deixou, pelo contrário, depois que entrei com uma ação na justiça e a Justiça Federal do Trabalho entrou em contato com ele que as pessoas foram notificadas, extrajudicial para se defender. Ele não está sindicalizando, quando os colegas foram se sindicalizar ele deu uma desculpa que eu tinha entrado com uma ação na justiça e que só faria o procedimento de sindicalização quando o processo terminar, ele quer ganhar tempo por causa das eleições no próximo ano", afirmou.

Cristina disse ainda que processou o sindicalista por motivo do mesmo  se negar a entregar o livro ATA e o Estatuto do Sindicato e mesmo após ter sido notificado, ainda assim não entregou.

"Estou tentando pegar o estatuto e o livro ATA para saber o que precisa para formar uma chapa, dentro da lei, legalizado, mas ele não me deu. Para conseguir, tive que filmar ele negando isso e mesmo assim não me deu. Mandei uma carta por A.R, depois dessa carta é que ele veio na secretaria onde eu trabalho e trouxe o estatuto antigo, não o atualizado, a ATA e ainda veio me dizer que eu estava usando o carro da prefeitura, para inflar as pessoas contra ele, criando atrito. Dois colegas foram comigo, para denunciar que estão tentando sindicalizar e não conseguem, no meu caso foi por que não estava conseguindo acesso as essas coisas, tem colega que está sindicalizado desde janeiro e até hoje não mostra na folha que é sindicalizado, ele não dá comprovante. Outro colega, faz dois meses que se sindicalizou e até hoje não saiu na folha. Não existe desculpa para não sair na folha do contracheque da pessoa. Ele não quer me dar os documentos, isso é obrigação, é público, direito do funcionário que é sindicalizado, o processo tem que ser transparente, o que não acontece com ele. O sindicato é como se fosse uma propriedade particular, manda, decide, escolhe quem será sindicalizado. Há sete pessoas que receberam notificações extrajudiciais, porque foram se sindicalizar e ele simplesmente não permitiu", disse.

Cristina nos enviou os vídeos dos quais faz referência na entrevista. Segue.

Ouça o podcast com a entrevista de Cristina Araújo Vitório na íntegra.

Resposta Hamilton Ramos

"É natural que um servidor queira montar chapa, buscar melhores salários, é algo natural que venho buscando há tempos para os servidores e eu tenho como provar que tenho buscado isso. A Sra. Cristina esteve no sindicato acompanhada de um engenheiro,  de nome William, me pediram o estatuto, mas neguei naquele momento porque ela estava me filmando sem autorização. Ela entrou com um A.R (Aviso de Recebimento) e fui levar o estatuto acompanhado de uma assistente e um amigo meu, depois ela botou no Ministério Público do Trabalho com a notificação, dizendo uma série de coisas, que fui com jagunço, neguei estatuto, filiação e abriu um grupo com o nome chapa 2. A eleição não é agora, não estou entendendo o que ela quer,  estou à disposição caso ela queira conversar,  tenho um documento que ela assinou  recebendo o estatuto, eu não sei o que ela quer, esse desgaste sem necessidade, querendo que eu e o Sindicato sejamos bode expiatório.  Não tenho culpa das ações do governo Prefeito Colbert Martins (MDB), recebeu um documento do sindicato no dia 14 de março, solicitando o ajuste da média da inflação para os servidores o valor de 18,89%. No mês de abril, o prefeito encaminhou um projeto para a Câmara propondo um reajuste de 5%, a Câmara aprovou 11,37%, mas quem provocou toda essa situação para esse reajuste foi o Sindicato dos Servidores. Não sei o que a  Senhora Cristina quer, ela está na secretaria em desvio de função, trabalha na SEDUR (Secretária de Desenvolvimento Urbano).  Fica parecendo que estou impedindo alguma coisa", afirmou Hamilton Ramos.  

Segue resposta de Hamilton Ramos na íntegra em nosso podcast.

Reportagem e edição: Hely Beltrão