Não sou nenhum analista da Música Popular Brasileira; não sou nenhum crítico cultural; tampouco sou um profundo conhecedor dessa arte de se exprimir por meio de harmonia e sons. No entanto, sou um brasileiro que gosta de música. Ouço de tudo: arrocha, pagode, axé, lambada, música "brega", reggae, pop, rock e do nosso forró do "bão", não abro mão.
Nos últimos dias tenho acompanhado o que poderíamos considerar como "o empobrecimento músico-cultural", ou como alguns preferem afirmar "lixo cultural". São "músicas" descartáveis, que fazem grande sucesso, mas que, na velocidade em que aparecem, desaparecem. Por trás desses ritmos variados, existem os chamados "artistas cometas", de sucesso muito curto, momentâneo.
Mesmo com o advento das mídias sociais, algumas dessas músicas quando muito duram 6 meses no ar. Mesmos os jovens que mais curtem esse tipo de "música" descartam-na rapidamente e a jogam no 1⁰ lixo que encontram pela frente, como um objeto descartável.
Para a alegria de alguns fãs, ou tristeza de outros, dizem que a cantora Anitta chegou ao topo da carreira quando "emplacou" a música denominada Envolver como a maís tocada no mundo em todas as plataformas digitais. Até certo ponto isso pode gerar no brasileiro e brasileira um pouco do sentimento felicidade, pois é uma brasileira vinda das classes menos favorecidas da periferia carioca que está galgando espaços em que até hoje nenhum outro brasileiro (a) conseguiu chegar.
No entanto, o que nos deixa triste e preocupado é o possível legado que esse pessoal e "músicas" como essas deixarão para as próximas gerações. Trata-se de uma "música" que não diz nada, não fala nada, mal ensina como mexer a bunda. O clipe da "música" é uma verdadeira apologia ao sexo explícito, retrato de uma sociedade falida que parece caminhar a passos largos para o precipício.
Por fim, elogio essa brasileira por bater recordes dia a dia. Ainda assim, o sentimento de tristeza, por outro lado, invade outros sentimentos em pensar que a música brasileira, e quiçá, mundial pode estar em declínio.
Esperamos e torcemos que a verdadeira Música Popular Brasileira (MPB), com letras maiúsculas, possa voltar a ganhar ainda mais espaços, e que os "cabeças pensantes" usem as mentes para compor boas músicas, com repercussão mundial. Caso contrário, a continuar no ritmo atual, há que se questionar: isso gera orgulho ou decepção?
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Por Luiz Santos radialista e jornalista
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