"A mulher não tem culpa de receber o diagnóstico de câncer", diz a pedagoga Joelma Orrico

 Vamos conhecer a história da pedagoga Joelma Orrico, 51 anos, que descobriu o câncer de mama durante uma campanha do Outubro Rosa, mas a partir desse dia, o diagnóstico precoce lhe foi negado. 

“Em 2019 eu fui diagnosticada com o câncer de mama, mas já estava com a doença há mais de 1 ano, fiz uma ultrassom em uma campanha de saúde, foi detectado um nódulo com risco alto para o câncer, foi solicitado uma biópsia, fui encaminhada para o Hospital da Mulher em março de 2018 e atendida por uma mastologista, ela não aceitou os exames que eu já tinha realizado,levei mais de um ano para conseguir fazer a biópsia”, relata Joelma.  

Joelma recebeu o diagnóstico definitivo em 11 de junho de 2019, “um mês depois  fiz a mastectomia e em outubro de 2019 descobri que tinha câncer metastático. O câncer já tinha rompido o local que estava, que era nas mamas, indo para axilas, após a tomografia, descobri metástase de fígado e ósseo”, conta. 

Mãe de duas filhas, Joelma vive além do câncer de mama metastático, “meu tratamento já não tem mais intenção de ser curativo, eu passei a fazer um tratamento paliativo, controlar a doença com qualidade de vida o maior tempo possível”, afirmou. 

Em sua página no Instagram intitulada: Uma Rosa Por Uma, Uma Rosa Por Todas, Joelma Ressignifica o Outubro Rosa, “as mulheres que são metastáticas são invisibilizadas pelas campanhas do Outubro Rosa, porque passa-se uma imagem de que, a mulher que curou é uma vencedora, e a mulher que é metastática, é uma perdedora, uma desleixada, porque ela perdeu para o câncer, porque ela não se cuidou a tempo”, explica. 

O objetivo do projeto  é dizer para mulher diagnosticada com o câncer é possível encarar a vida com mais leveza e positividade, “a mulher metastática não tem culpa, assim como mulher nenhuma tem culpa de receber o diagnóstico de câncer. O projeto foi criado, para  tirar esse peso, esse olhar e estigma da doença de olhar a mulher como se fosse coitadinha e dizer que somos protagonistas da nossa vida e do nosso tratamento”, concluiu a pedagoga.

Ouça a entrevista com a  pedagoga Joelma Orrico

Reportagem Engledy Braga