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Justiça STF

STF quebra sigilo bancário e fiscal do ministro do Meio Ambiente

O ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes

20/05/2021 07h25
Por: Fonte: G.1
 Foto: Ueslei Marcelino/Reuters
Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes disse, em decisão, que um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) indicou "movimentação extremamente atípica envolvendo o escritório" do qual Ricardo Salles, titular do Meio Ambiente, é sócio.

A decisão autorizou buscas e quebrou o sigilo fiscal e bancário de Salles, que foi alvo de uma operação da Polícia Federal contra exportação ilegal de madeira para Estados Unidos e Europa, deflagrada na quarta-feira (19). Leia mais https://www.conectadonews.com.br/noticia/7784/investigacao-da-pf-tem-como-alvo-ministro-do-meio-ambiente

Segundo Moraes, o relatório apontou que, entre 1º de janeiro e 2012 e 30 de junho de 2020, o escritório do qual o ministro é sócio, com 50% de participação, movimentou pouco mais de R$ 14 milhões, "situação que recomenda, por cautela, a necessidade de maiores aprofundamentos", disse.

"Sendo assim, tenho por atendidos os pressupostos necessários ao excepcional afastamento da garantia constitucional dos sigilos bancário e fiscal", define Moraes.

Ricardo Salles e presidente do Ibama são alvos de operação que investiga exportação ilegal de madeira

Delegado afastado da PF comemora operação contra Salles: 'Cantem de alegria todas as árvores da floresta'

A investigação apura a possível prática de 9 crimes, dentre eles corrupção ativa, corrupção passiva, lavagem de dinheiro e facilitação de contrabando.

À imprensa, Salles disse que a operação é "exagerada" e que o inquérito da PF levou a erro o relator do caso. Além disso, ele disse que o ministério atua com "respeito às leis."

Exportação ilegal de madeira

Além de Salles, o presidente do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Eduardo Bim, também é alvo da ação de quarta feira. A operação, batizada de Akuanduba, determinou a quebra dos sigilos bancário e fiscal do ministro, o afastamento preventivo de Bim do comando do Ibama e o de outros nove agentes públicos que ocupavam cargos e funções de confiança nos órgãos.

Na operação, Alexandre de Moraes determinou ainda a suspensão imediata da aplicação de um despacho emitido em fevereiro de 2020, que permitiu a exportação de produtos florestais sem a necessidade de emissão de autorizações de exportação. O G1 tenta contato com as defesas dos investigados.

"Estima-se que o referido despacho, elaborado a pedido de empresas que tiveram cargas não licenciadas apreendidas nos EUA e Europa, resultou na regularização de mais de 8 mil cargas de madeira exportadas ilegalmente entre os anos de 2019 e 2020", informou a PF.

Ao todo, 160 policiais federais cumprem 35 mandados no Distrito Federal, no Pará e em São Paulo, incluindo endereços residenciais do ministro Salles em São Paulo, no imóvel funcional em Brasília e no gabinete da pasta de Meio Ambiente no Pará.

Veja quem são os servidores afastados do Ibama e do Ministério do Meio Ambiente:

Eduardo Bim

Leopoldo Penteado

Vagner Tadeu Matiota

Olimpio Ferreira Magalhães

João Pessoa Riograndense Moreira jr

Rafael Freire de Macedo

Leslie Nelson Jardim Tavares

Andre Heleno Azevedo Silveira

Arthur Valinoto Bastos, analista

Olivaldi Alves Azevedo Borges

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