A falta de vagas para estacionamento de veículos nas vias públicas de Feira de Santana e a necessidade de implantação da Zona Azul [sistema de estacionamento rotativo pago] no Município, para solucionar o problema, movimentou o debate nesta terça-feira (14) entre diversos parlamentares na sessão da Câmara a Municipal. O presidente do Legislativo, Marcos Lima (União), fez um duro pronunciamento sobre a demora na implantação do instrumento que disciplina o estacionamento de veículos nas ruas do centro.
"Não é compreensível que uma cidade do porte de Feira não tenha conseguido ainda implantar (a Zona Azul)", afirmou. Ele fez um alerta aos empresários estabelecidos em lojas no centro feirense: 'Não dá para aceitar que a população fique sem lugar para estacionar. E se não tomarmos cuidado com isto, o comércio vai acabar".
Para Marcos Lima, é "significativo" o número de lojas fechadas em razão de queda no comércio e cobrou ação enérgica da gestão em relação a cones espalhados na cidade reservando vagas em espaço público. "O comércio está caindo, pois ninguém quer pagar R$ 10 ou R$ 15 reais para estacionar veículo. A SMT [Superintendência de Trânsito] tem que agir e organizar isto", cobrou.
Questionando sobre a "real causa" que emperrou o processo de concessão aberto pela Prefeitura, Eli Ribeiro (Republicanos) apontou, inicialmente, que o tema precisa voltar a ser abordado pelas autoridades. "Que a gente possa começar a trabalhar a importância de Feira instalar sua Zona Azul", destacou. O parlamentar relatou que, na manhã de hoje, viu que todos os estacionamentos da rua Sales Barbosa já estavam lotados. "E não era de pessoas que estavam indo fazer compras, e sim, de veículos pertencentes a donos de lojas. Para quem vai consumir [no comércio], não tem lugar", reclamou. Eli Ribeiro criticou a atitude de comerciantes, a exemplo de proprietários de farmácias, que transformam calçadas em estacionamento privativo para funcionários e clientes. "Chamo a atenção que o prefeito tem o poder e a caneta para resolver esta situação", disse.
Diante do insucesso com a tentativa de licitar empresas terceirizadas, Ismael Bastos (PL) defendeu que a própria Prefeitura assuma diretamente a exploração do serviço de estacionamento, referente à Zona Azul. Na opinião dele, se não cabe resolver a questão por meio de decreto, o prefeito poderia pensar em mandar um projeto de lei para a Câmara analisar a matéria. Existem diversos estudos, segundo o parlamentar, que apontam a diminuição do comércio físico, cuja tendência é de desaparecer. "Com esta situação, os próprios comerciantes deveriam ver que ao colocarem os carros em vagas de prováveis consumidores, estão se prejudicando", comentou.
A proposta da Prefeitura assumir a responsabilidade no momento, pode ser um caminho adequado, segundo entendimento de Pedro Américo (Cidadania). É um dos temas mais relevantes, pois tem a ver com mobilidade e qualidade de vida dos cidadãos. "A sugestão do colega Ismael pode ser uma alternativa, onde se regularmente permitindo à Prefeitura fazer a gestão, até o desfecho da licitação", afirmou.
O vereador Lulinha da Gente (União) lembrou que o ex-vereador Renildo Brito propôs lei criando a Zona Azul de Feira. Mas, a justiça proibiu sob o argumento de Prefeitura é quem deveria administrar e arcar com toda a responsabilidade. Sobre a questão de utilização de passeios e calçadas, disse lembrar que da existência de legislação municipal obrigando as lojas a deixarem espaço livre de 1,5m para o pedestre.
Considerando o impasse em torno da Zona Azul como "surreal", Jorge Oliveira (PRD) assinalou necessidade da SMT atuar em relação a donos de loja que rebaixam a calçada "sem autorização" do órgão. "Até nas proximidades da Câmara, temos isto. Alguns colocam cones e agem como se a área fosse deles", criticou.
Líder da bancada do Governo na Câmara, José Carneiro (União), concordou com a necessidade de acabar com tal prática, pois há pessoas que colocam o carro às 6h da manhã em frente às lojas e só retiram às 19h. No entanto, o vereador afirmou que a gestão atual "está empenhada em resolver". "O Governo Municipal tomou providências para licitar e contratar empresa para administrar a Zona Azul, mas os que perderam a licitação acionaram a justiça e conseguiram barrar a contratação da ganhadora", lembrou, ressaltando que mesmo tentando através da Bolsa de Valores, a Prefeitura não conseguiu efetivar a contratação.
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