Por Luiz Santos e Hely Beltrão
O ex-ministro da defesa do governo Dilma Roussef (PT) e agora bolsonarista, Aldo Rebelo, esteve em Feira de Santana, na manhã deste sábado (6), como um dos palestrantes convidados para o UNIAGRO, realizado no Cajueiro Convenções em Feira de Santana.
Ao Conectado News, o ex-ministro fez críticas ao STF (Supremo Tribunal Federal, ao governo Lula (PT) e defendeu anistia aos golpistas do 8 de janeiro.
"Claro que precisamos abordar o tema objeto da palestra, a questão da segurança alimentar, agricultura, pecuária, geopolítica, os desafios do Brasil nessa área, mas também, falar sobre o país, que vive um momento difícil, de divisão, fragmentação, disputa, na base do vale tudo pelo poder, o que vale é a próxima eleição, pouco vale a ideia do interesse nacional, que deveria estar acima dos partidos, dos interesses imediatos da política, o Brasil vive uma fase de fragmentação e divisão que precisa ser superado, precisamos de união e coesão, como tudo na vida, uma família, empresa ou qualquer instituição dividida se torna frágil, o Brasil precisa de união para enfrentar os desafios, voltar a crescer, reduzir as desigualdades e valorizar a democracia".
Posicionamento sobre Anistia aos golpistas de 8 de janeiro
"O Brasil é o país da anistia, temos tradição, como ocorreu no Império, com o imperador Dom Pedro II, com o presidente Getúlio Vargas, com presidente Figueiredo durante o regime militar, sempre buscando a pacificação, porém, anistia é um entendimento, temos um clima de guerra, não existe anistia em meio a guerra, quando todos chegarem à conclusão que a guerra não vale a pena, mas até agora não, temos uma guerra no Congresso, no Supremo Tribunal Federal (STF), entre o governo e a oposição, no dia em que todos estiverem dispostos a pacificação. Sou a favor da pacificação, de um caminho de uma anistia negociada entre o Congresso, o STF, o governo e a oposição, porque se não se chega numa situação de negociação, a pacificação se torna muito difícil.
Nota do Conectado News: ao contrário do que diz o ex-ministro, a anistia do presidente Figueiredo em 1979, impediu investigações e punições de violações de direitos humanos ocorridas durante a ditadura militar, resultando na condenação do país pela Corte Interamericana de Direitos Humanos por não garantir o direito internacional e não investigar responsáveis por torturas, desaparecimentos forçados e assassinatos, como o de Vladimir Herzog.
Julgamento de Bolsonaro
"Vamos aguardar, pois ainda não aconteceu, está em curso, penso que o STF tornou-se hoje no Brasil um poder que está acima dos demais, é como se fosse o tribunal de tudo, achando que pode substituir o Congresso e o Executivo, penso que isso gera insegurança jurídica, institucional e instabilidade, o STF não pode ser o epicentro do debate político, quando fiz campanha de anistia nos anos 1970, o Supremo não era o protagonista, hoje virou protagonista de tudo e penso que isso não é um bom sinal".
Tarifaço
"É uma tradição de uma potência arrogante como sempre foi, poderosa, que acha que pode resolver os problemas do mundo a partir dos seus interesses, claro que o Brasil deve procurar manter com os Estados Unidos relações cordiais, respeito, é um vizinho importante, mas o Brasil não pode aceitar nem chantagem e nem se submeter aos caprichos dos Estados Unidos, boas relações são importantes e devem ser buscadas".
Atuação do governo brasileiro
"Me refiro à minha posição, não a do presidente Lula, que ao meu ver, tem errado muito na política externa e na relação com o Congresso, o presidente Lula não é inocente nessa confusão que está aí".
Mudança de ideologia
"Defendo o que sempre defendi, a soberania do meu país, a redução das desigualdades, a proteção dos mais pobres e a valorização da democracia, quem mudou, é quem deixou de defender essas posições em favor de uma agenda pós-moderna, que valoriza a divisão de raças, de gênero e outros tipos de orientações, aí é onde houve a mudança, defendo que eu sempre defendi, um Brasil soberano, socialmente equilibrado e democrático".
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