A família da senhora Elizabete Boaventura Leão, de 86 anos, denunciou falhas no atendimento da Unidade de Alta Complexidade em Oncologia (Unacom), em Feira de Santana, alegando demora e desorganização mesmo diante da suspeita de câncer na medula óssea. Em resposta, a Santa Casa de Misericórdia, responsável pela unidade, afirmou por meio de nota que não realiza nenhum tipo de cobrança pelos atendimentos e que a Unacom presta assistência a pacientes de Feira e outros 72 municípios da macrorregião centro-leste, realizando cerca de 3.600 consultas oncológicas por mês.
A paciente foi encaminhada ao serviço após avaliação com uma hematologista da rede particular, contratada pela família para agilizar o diagnostico. “Minha avó foi conduzida à Unacom após uma anemia muito forte. Pagamos uma médica para que ela fosse direcionada mais rapidamente ao tratamento. Na semana passada, a hematologista da unidade informou a necessidade de uma coleta de material da medula”, relata Quétila.
O procedimento seria feito no CEDAP (Centro de Diagnóstico e Apoio à Vida), mediante pagamento da biópsia por parte da família. No entanto, segundo a neta, faltou clareza na comunicação e preparo da equipe para realizar o exame.
“Quando conseguimos confirmar que pagaríamos o exame, a médica informou que já não poderia mais fazer naquele momento, pois o material não chegaria a tempo. Ela então agendou para o dia 26 de maio, às 13h30, garantindo que minha avó, por ser prioridade, seria chamada logo”, afirma.
Quétila relata que a família chegou com antecedência à unidade, acompanhando a idosa, que necessita de apoio integral para locomoção e cuidados com alimentação e medicação. “Estávamos lá às 13h, minha mãe e eu tivemos que faltar ao trabalho. Minha avó precisa de suporte constante. Ainda assim, esperamos até quase 16h, com promessas de que ela seria a próxima. No fim, a médica apenas apareceu na porta e informou: o material acabou.”
A frustração se soma ao desgaste físico e emocional. “Mais uma vez, ela ficou sem tomar os remédios no horário certo, sem se alimentar, e sem atendimento. Uma paciente nessa condição, com 86 anos, não teve seus direitos respeitados. A gente vai voltar na quarta-feira sem sequer saber se o material estará disponível. Isso não é assistência, é descaso”, desabafa a neta.
A coleta do material é um procedimento coberto pelo Sistema Único de Saúde (SUS), mas a família aceitou arcar com o custo da biópsia para não adiar o diagnóstico. Mesmo assim, o exame ainda não foi realizado. “Se esse é o atendimento para um caso urgente, o que podemos esperar do sistema de saúde em Feira de Santana?”, questiona Quétila.
NOTA DA SANTA CASA DE MISERICÓRDIA
Em nota a Santa Casa de Misericórdia de Feira de Santana, mantenedora da Unidade de Alta Complexidade em Oncologia, Unacon, esclarece que não é feita qualquer tipo de cobrança para o atendimento aos pacientes de Feira de Santana e dos 72 municípios da macrorregião centro-leste que são assistidos em sua unidade. A cada mês são realizadas 3.600 consultas oncológicas.
No caso específico da paciente Elizabete Boaventura Leão, o valor citado pela filha ao Conectado News, se refere ao atendimento de competência do Cedap, laboratório particular que realiza a análise do material coletado. Já a coleta da biópsia é feita pela própria médica hematologista que acompanha a paciente, na Unacon, sem custos adicionais.
Com relação ao tempo de espera pela idosa, infelizmente isto pode acontecer nos dias em que a Unidade de Atendimento registra um fluxo mais alto. Especificamente para a especialidade em que a paciente requer atendimento também é significativo o número de idosos atendidos diariamente. O procedimento da paciente Elizabete Boaventura Leão será realizado nesta quarta-feira, 28.
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