Com textura realista, cabelos implantados fio a fio, peso de recém-nascido e até cheirinho de bebê, os bonecos reborn deixaram de ser apenas itens de colecionadores e se tornaram objeto de desejo de muitas mulheres. Mas o que motiva essa relação?
A psicóloga Sileuza Rocha, mestre em Processos Psicológicos Interativos, explica que a busca pelos reborns pode ter diversas origens: “Algumas mulheres enfrentam luto, perdas gestacionais, infertilidade ou solidão. Outras enxergam um viés social ou econômico, criando comunidades online ou vendendo os bonecos.”
Foto: Carlos Valadares
Segundo ela, há um aspecto terapêutico na prática, desde que dentro de certos limites. “Quando a mulher vê o reborn como um objeto transicional para ressignificar uma perda, isso pode ser saudável. A preocupação surge quando ela passa a tratá-lo como um bebê real, o que pode indicar fuga da realidade ou dependência emocional.”
Sileuza visitou unidades de saúde em Feira de Santana e constatou que, por enquanto, os reborns não aparecem como uma demanda significativa. “A maioria das mulheres enfrenta desafios concretos com filhos reais, adoecimentos e dificuldades socioeconômicas.”
Embora a febre dos reborns esteja crescendo, ainda não há regulamentação que reconheça seu uso terapêutico. Para a psicóloga, entender o papel que o boneco ocupa na vida da mulher é essencial: “O limite que ela impõe à relação com o reborn define se estamos diante de um hobby, um alívio emocional ou um possível sinal de adoecimento.”
Mín. 18° Máx. 29°
Mín. 18° Máx. 28°
Chuvas esparsasMín. 18° Máx. 29°
Tempo limpo