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Política Concessão

Vereador Silvio Dias critica novo modelo de concessão das BRs 116 e 324 e alerta para riscos à segurança viária

Feira de Santana

07/05/2025 14h54 Atualizada há 2 semanas
Por: Mayara Naylanne Fonte: Conectado News
Foto: Reprodução
Foto: Reprodução

O vereador Silvio Dias (PT) manifestou preocupação com o novo modelo de concessão das rodovias BR-116 e BR-324, debatido em audiência pública realizada na tarde da última terça-feira (6), em Feira de Santana. O encontro foi convocado pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e pelo Ministério dos Transportes para tratar da transição da gestão das vias, atualmente sob responsabilidade da ViaBahia, que deixará a concessão.

Durante sua fala, Silvio alertou para o risco de agravamento dos problemas já enfrentados pela população. “Parece que não há nada tão ruim que não possa piorar”, afirmou o parlamentar, destacando que, apesar das críticas acumuladas em 15 anos de ViaBahia, o novo projeto pode ser ainda mais prejudicial.

Leia também: ANTT organiza audiência pública para discutir novo modelo de concessão das BR's 116 e 324

Segundo o vereador, uma das principais preocupações é o aumento no número de pedágios. “Hoje temos dois pedágios entre Salvador e Feira de Santana. Com o novo modelo, a previsão é de quatro cobranças”, relatou. Ele cita a possibilidade de implantação de praças nas entradas e saídas da cidade, o que, na prática, isolaria Feira de Santana.

Silvio detalha: “Há previsão de pedágio na chegada da BR-324, provavelmente próximo à BR-101 e na entrada do Portal do Sertão, outro na BR-116 Sul, entre a antiga Pousada da Feira e a Estrada do Feijão. A estimativa de valor inicial é de R$ 11,78. Isso atinge diretamente moradores de distritos como Bonfim de Feira, que terão que pagar para se deslocar”.
Apelo por revisão do modelo

O vereador apelou para que a ANTT reveja o projeto. “É preciso fazer gestão política. A ANTT não integra diretamente o Executivo, então não é o presidente Lula que nomeia seu presidente. Isso significa que precisamos pressionar por mudanças. A ViaBahia falhou, mas não podemos aceitar um modelo que penalize ainda mais a população”, disse.

Na condição de presidente do Sindicato dos Policiais Rodoviários Federais na Bahia (SINPRF-BA), Silvio Dias também abordou os riscos operacionais da transição. Atualmente, a ViaBahia é responsável por serviços de apoio como socorro de acidentes, sinalização de emergências e guincho. Com a saída da empresa, esses serviços deixarão de existir de forma imediata.

“Tudo vai recair sobre os ombros da Polícia Rodoviária Federal, que já trabalha com efetivo reduzido. Temos apenas três equipes para cobrir a BR-324, e essa sobrecarga vai prejudicar o atendimento à população”, alertou.

Silvio informou que já agendou uma reunião com o diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), Roberto Britto, para a próxima semana em Salvador, com o objetivo de buscar esclarecimentos sobre o processo de transição. “O recurso previsto de R$ 500 milhões para o DNIT assumir a operação da rodovia é insuficiente. Além disso, a burocracia para contratação de serviços emergenciais — como guinchos de grande porte — pode comprometer o tempo de resposta em acidentes graves”, afirmou.

O vereador ainda destacou que períodos de festas populares, como o São João, aumentam o número de ocorrências nas rodovias. “Se já enfrentamos dificuldades no dia a dia, imagine em épocas de festas, com o fluxo intenso. É preciso planejamento e estrutura. Caso contrário, a população pagará um preço alto pela desorganização”, concluiu.

Com informações: Onildo Rodrigues

Por: Mayara Nailanne

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