Três policiais militares, sendo dois da ativa e um da reserva e uma advogada criminalista foram presos na manhã desta quarta-feira (30), em Feira de Santana, durante a Operação Skywalker. A ação, coordenada pela Polícia Civil da Bahia e pelo Departamento de Repressão e Combate à Corrupção (Draco-LD), investiga a participação do grupo em uma organização criminosa envolvida com tráfico de drogas, armas e lavagem de dinheiro. Quase 40 armas de fogo foram apreendidas, e bens e valores que somam mais de R$ 84 milhões foram bloqueados.
De acordo com a investigação, a advogada teria movimentado mais de R$ 6 milhões em transações suspeitas. Os mandados de prisão temporária, busca e apreensão foram cumpridos em diversos pontos da cidade. A operação também ocorreu em estados como Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Norte e Distrito Federal.
O delegado Fábio Lordelo, diretor do Draco - Delegacia de Repressão ao Crime Organizado, afirmou que a operação começou com foco no tráfico de armas, mas acabou desvendando uma rede criminosa mais ampla, com participação de empresários e servidores públicos. "Identificamos fluxo financeiro entre uma advogada e o grupo criminoso, além da participação de policiais militares. Em Feira, tivemos 19 alvos e 17 foram presos", disse.
Segundo o delegado-geral André Viana, uma grande quantidade de drogas e dinheiro foi apreendida com autorização judicial, como parte dos esforços da Polícia Civil para enfraquecer financeiramente as organizações criminosas.
"A descapitalização dessas organizações é uma das principais metas da nossa gestão. Estamos focados em bloquear valores e bens para atingir diretamente a estrutura financeira desses grupos, principalmente os envolvidos com o tráfico de drogas. Já conseguimos o bloqueio de mais de R$ 84 milhões e esperamos que esse recurso seja revertido para o enfrentamento da criminalidade."
Ainda de acordo com Viana, aproximadamente 40 armas foram apreendidas, armas que, segundo ele, “tirariam vidas”, e isso acontece às vésperas da Micareta, um dos maiores eventos populares da cidade. "A nossa meta é garantir, como no ano passado, que a Micareta seja um evento tranquilo, seguro para os cidadãos de Feira de Santana e para os visitantes. Ontem à noite, inclusive, tivemos mais uma operação que resultou na apreensão de quase R$ 90 mil em drogas. A Polícia Civil não para."
O delegado também destacou o envolvimento de toda a cúpula da segurança pública na operação. “Estamos aqui com o Dr. Fábio Lordelo, diretor do Draco, que coordena essa operação ao lado do delegado-geral de operações, Dr. Jorge Figueiredo, e do Dr. Ives. A presença da delegada Dra. Márcia também reforça nosso compromisso. Estamos todos empenhados em apresentar à sociedade uma resposta firme contra o crime. A Polícia Civil está cada vez mais forte.”
O coordenador regional da Polícia Civil, delegado Yves Correia, enfatizou o impacto positivo da operação. “Estamos inaugurando o dia da Micareta com uma ação de grande envergadura. Essa operação atinge diretamente os índices de homicídio e mostra que a Polícia Civil está qualificada, trabalhando com inteligência financeira e atingindo também o colarinho branco. Tudo isso resulta em mais paz para Feira de Santana”, concluiu.
O advogado Caio Vitor, responsável pela defesa da advogada presa, disse que ainda não teve acesso aos autos do processo, o que impossibilita qualquer avaliação sobre o suposto envolvimento da cliente.
“Gente, não tem como dizer se ela tem envolvimento ou não, porque eu sequer tive acesso aos autos. A defesa está aqui desde as 8h da manhã e não foi permitido acesso nem pelo Draco, nem pelo juízo. Isso é um procedimento normal. Assim que as diligências forem concluídas, será entregue cópia ao advogado. Mas confio na inocência da minha cliente. É uma profissional conhecida na cidade pela sua índole e pelo seu trabalho”, afirmou.
Sobre a acusação de movimentar R$ 6 milhões, Caio Vitor declarou que essa é uma questão de mérito a ser discutida em audiência, e que, até agora, não há clareza sobre a origem dessa acusação. “Não sabemos sequer a que eles estão ligando essas movimentações financeiras. Pode até ter ocorrido um equívoco na investigação”, disse.
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