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Barraqueiros reclamam de exclusão da Micareta de Feira de Santana 2025

Segundo ela, o novo local disponibilizado para elas é inviável para o comércio.   “Colocaram a gente numa rua lateral, atrás da igreja. Quem vai até lá para comprar comida? Não tem movimento.”

23/04/2025 13h49
Por: Mayara Naylanne
Foto: Luiz Santos
Foto: Luiz Santos

Na manhã desta quarta-feira (23), representantes de barraqueiros que atuam há décadas na Micareta de Feira de Santana participaram do programa Levante a Voz, na Rádio Sociedade News FM, para denunciar que foram deixados de fora da festa deste ano. As vendedoras ambulantes afirmam que, apesar das promessas feitas pela gestão municipal, não conseguiram garantir seus pontos de venda.

Dona Alzira, veterana na Micareta, explicou a situação. “Este ano, ficamos de fora. Não conseguimos barraca. Tivemos uma reunião com o prefeito, que prometeu distribuir barracas, mas só disponibilizou seis  e ainda colocou a gente no fim do circuito, nos Capuchinhos. Além disso, nos ofereceram apenas isopor para trabalhar, mas quem vende comida quente, como eu, não tem como trabalhar assim.”

Alzira, que trabalha com churrasco, disse que sempre utilizou barracas de cinco metros. Recentemente, passaram a fornecer barracas de quatro metros, o que já dificultava o trabalho. “Trabalho com comida e bebida, não tenho condições de usar isopor ou uma barraca tão pequena. É um desrespeito com quem faz parte dessa festa há anos.”

Magnólia, também vendedora, relatou problema semelhante. “Trabalho com lanches, cachorro-quente, carne na chapa... No momento do cadastramento online, às 9h01 já não havia mais vagas. Reduziram drasticamente a quantidade de barracas. Não sabemos mais o que fazer.”

Segundo ela, o novo local disponibilizado para elas é inviável para o comércio.   “Colocaram a gente numa rua lateral, atrás da igreja. Quem vai até lá para comprar comida? Não tem movimento.”

Anelita, outra barraqueira prejudicada, afirmou que a distribuição das barracas foi injusta.    “Quando o sistema abriu às 9h, todas as barracas já estavam reservadas. Não teve prioridade para o pessoal de Feira. A gente que fez campanha, votou no prefeito, agora está sendo deixada de lado.”

As trabalhadoras alegam que pessoas de fora foram priorizadas e que houve desorganização no processo de cadastramento. “Colocaram pessoas para organizar que não conhecem a realidade dos barraqueiros. Antes, quem cuidava sabia o local de cada um. Agora, a gente está perdido”, disseram.

Além disso, houve uma significativa redução no número de pontos disponibilizados este ano, o que agravou a situação. Segundo elas, só 20 das 36 barracas de "capeteiros" foram contempladas, enquanto das mais de 100 barracas de lanche que costumavam participar, apenas 20 foram aprovadas. A principal crítica é que o espaço da festa foi reduzido em 400 metros, e os camarotes ocuparam o lugar das barracas.
Secretaria responde às denúncias

Em resposta às reclamações, a secretária de Desenvolvimento Econômico e Turismo de Feira de Santana, Márcia Ferreira, afirmou que tudo está organizado e que os comerciantes tiveram a oportunidade de escolher e pagar pelos lotes. “Hoje (23), às 14h, haverá uma capacitação obrigatória para emissão do alvará. Quem não participar, mesmo tendo pago, não poderá trabalhar no circuito.”

Ela negou a preferência por comerciantes de fora. “A prioridade foi para os feirenses. No primeiro lote, exigimos comprovante de residência. Entendemos a importância dos ambulantes para a festa, mas precisamos garantir ordem e fiscalização.”

Márcia também comentou sobre a redução do espaço.  “O circuito diminuiu 400 metros, o que resultou numa redução de 10% na quantidade de barracas. No entanto, os pontos principais continuam os mesmos, inclusive os destinados a lanches e capeteiros.”

A secretária revelou ainda que a expectativa é de 2 milhões de pessoas nos quatro dias da Micareta, com ocupação hoteleira já superior a 60%, podendo chegar a 90%.  “Acreditamos que a Micareta trará um grande movimento econômico para Feira. Estamos prontos para receber os turistas com segurança, organização e fiscalização preventiva.”

Com informações: Luiz Santos 

Por: Mayara Nailanne

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