Morreu na madrugada desta quinta-feira (10), aos 57 anos, o músico Augusto Conceição. Um dos pioneiros do Samba Junino e da Timbalada, ele estava internado desde o último domingo (6) na UPA de Pirajá, em Salvador, e vinha em tratamento de hemodiálise.
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Filho do lendário Maestro Vivaldo Conceição, Augusto foi multi-instrumentista, maestro, cantor, compositor e ativista cultural. Sua trajetória musical começou cedo, ainda na adolescência, tocando com o pai na Orquestra Sinfônica. Em pouco tempo, conquistou espaço entre os artistas baianos, sendo alçado ao posto de maestro, como o pai.
Na Timbalada, grupo do qual foi um dos fundadores, atuou como trombonista, cantor, compositor e diretor musical. Sua voz rouca e inconfundível ficou marcada em clássicos como “Mulatê do Bundê”, “Tá na Mulher”, “Do Itaim Para o Candeal”, “Choveu Sorvete” e “Braseira Ardia”. Como compositor, assina sucessos como “Pererê” e “Bug-Bug-Bye-Bye”, gravadas por Ivete Sangalo em parceria com Dom Chicla.
Em entrevista concedida ao Conectado News em 2023, durante a série especial de reportagens Carnaval 2023, Augusto relembrou sua relação com o Samba Junino e com a criação do som característico da Timbalada: “Impossível falar de Carnaval sem mencionar Carlinhos Brown e o ritmo gostoso da Timbalada. Comemoramos 30 anos da Timbalada em um show dia 15 de janeiro no Candyall Gueto Square. Foi muito bom reencontrar Xexéu, Patrícia, Alexandre Guedes... Eu sigo realizando alguns trabalhos, compondo canções gravadas por Ivete, Margareth Menezes, Cláudia Leitte. Tenho 56 anos, desses, 40 dedicados à música. Comecei aos 16, mas com 7 anos já tocava piano”, contou.
Augusto revelou ainda que o ritmo da Timbalada tem raízes no Samba Junino, pelo qual se apaixonou ainda adolescente: “Cresci tocando na orquestra do meu pai. Com 14 anos já ensinava música porque ele teve um AVC e precisava de descanso. Aos 13, conheci o Samba Junino e me apaixonei. Descia pelos becos atrás de samba, tocava surdo, tamborim. Doze anos depois me tornei diretor do Samba Fama, que gravou disco e estourou em Salvador. O Samba Junino foi tombado como Patrimônio Imaterial de Salvador em 2018. A Timbalada nasceu disso: Brown pegou todos os Sambas Juninos, juntou e fez a Timbalada”.
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