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Carnaval Boca de Cantor

Cantor Paulinho Boca de Cantor celebra 50 anos de Carnaval, destaca a história dos Novos Baianos e chama bolsonaristas de idiotas

Sobre a Micareta de Feira de Santana, Paulinho expressou sua vontade de retornar ao evento

04/03/2025 19h55 Atualizada há 4 meses
Por: Mayara Naylanne Fonte: Conectado News
Foto: Acervo pessoal/
Foto: Acervo pessoal/

Em entrevista exclusiva ao programa Levante a Voz, na rádio Sociedade News FM de Feira de Santana, Paulinho Boca de Cantor compartilhou suas experiências e reflexões sobre seus 50 anos de Carnaval, os 75 anos de trio elétrico e os 40 anos da Axé Music. O cantor, que se apresentou no palco do Rio Vermelho em Salvador, relembrou momentos marcantes da música baiana e da história dos Novos Baianos.

Paulinho destacou que sua trajetória musical começou em 1969 com os Novos Baianos e que, mesmo após o falecimento de Moraes Moreira e do poeta Galvão, ele, Pepeu Gomes e Baby do Brasil seguem se apresentando em festivais. Segundo ele, os Novos Baianos tiveram um papel fundamental na evolução do trio elétrico ao introduzir o som de voz nos shows sobre o caminhão, mudando a dinâmica do Carnaval e possibilitando que artistas nacionais se apresentassem diretamente ao público.

"O primeiro cantor de trio elétrico foi Moraes Moreira, que era do grupo Novos Baianos. Em 1975, ele cantou no trio elétrico de Dodô e Osmar, mas ainda sem o sistema de som adequado. Em 1976, nós colocamos um sistema de som de voz no trio, o que revolucionou o Carnaval", explicou Paulinho.

Ao longo da entrevista, ele também comentou sobre a evolução da festa, a importância de valorizar a cultura baiana e a necessidade de inovação na música. "A arte é dinâmica, não pode ficar estagnada. O que está na mídia passa, mas a cultura permanece", afirmou.

Sobre a Micareta de Feira de Santana, Paulinho expressou sua vontade de retornar ao evento, destacando a história e tradição da festa. "Tive momentos maravilhosos na Micareta de Feira e espero voltar. Vou pedir à minha produção para entrar em contato com a Secretaria de Eventos da cidade", revelou.

Aos 78 anos, o cantor também deixou um conselho às novas gerações de artistas: "Olhem para o passado, vivam o presente e pensem no futuro. É preciso batalhar muito, não desistir do sonho e buscar criar algo novo. O que fica é aquilo que você faz de bom."

O cantor comentou sobre os desafios enfrentados na dituadura militar e chamou os bolsonaristas de babacas.

"Nos tempos da ditadura militar, fomos obrigados a ir, porque Caetano Veloso e Gilberto Gil tinham sido expulsos do Brasil, eles nos mandaram um bilhete curto dizendo: “Brasa Brasil varandar, a Bahia não pode parar! Estão aí Os Novos Baianos”. Tivemos que assumir um momento muito difícil, encaramos a ditadura militar com dignidade, eles não sabiam direito sobre nós, porque não eramos militantes políticos, mas anarquistas, graças a Deus, conseguimos acabar com a ditadura militar, pelo menos cooperando para que aquele momento difícil da vida brasileira acabasse. Há pouco tempo atrás no governo passado, foi um período muito complicado para a cultura, quando vemos um filme brasileiro chegar nos Estados Unidos, que é a casa do cinema mundial e um filme iraniano também, onde a repressão é maior Irã, que ganhou, os caras foram banidos do país, nós brasileiros, merecemos muito esse filme, que fala desse momento da ditadura militar, para os jovens que às vezes ouvem esses babacas falarem, que deve voltar a ditadura militar, a repressão, ouvimos muito papo furado hoje, o Brasil dividido,  parafraseando o ator Wagner Moura: “o Bolsonaro serviu para que a gente visse que existe muito idiota no Brasil”, que não sabem nada, não viveram a ditadura militar, para falar por aí de tortura, famílias que até hoje não acharam os copos dos seus entes queridos, ou seja, um momento difícil para o Brasil e ainda tem um pessoal babaca falando disso, fica aí o meu recado para essa juventude não irem por nenhum caminho de violência, mas pelo caminho do amor, como diz a nossa música: “eu sou, eu sou, o amor da cabeça aos pés, não se assuste pessoas, se eu lhe disser que a vida é boa”. É isso aí, Novos Baianos na cabeça e amor no coração, concluiu.

Ouça na íntegra abaixo.

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Jéssica NogueiraHá 4 meses Itabuna, BANinguém fala o nome desse sujeito, aliás, desss cantor, cuja trajetória é desconhecida para nossa geração de jovens e esquecida por aqueles que algum tempo o acompanharam. Essa inquietude e revolta política contra os seus oponentes políticos acontece devido a frustração de Paulinho. A opinião dele e nada é a mesma coisa! Principalmente para aqueles e aquelas cujo espectro político difere dessa lenda caquética e esquecida do cenário baiano. De Paulinho só resta apenas a boca, porque cantor....
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