Por Maiane Pereira
Aconteceu nesta quinta-feira (28) a Mostra Saberes e Sabores - Aquilombando a escola: valorizando os saberes da comunidade da Lagoa Grande, promovida pelo Colégio Estadual do Campo Maria Quitéria. A programação contou a história da localidade desde o início até os dias atuais e a venda de produtos retirados da terra.
A comunidade tem esse nome por conta de uma lagoa que possuía aproximadamente 6km de extensão e forneceu alimentos através da pesca para todos os moradores da região. Antigamente atraía turistas o que permitiu a comercialização dos alimentos retirados das roças dos moradores, do entorno.
Lagoa Grande passou a ser considerada Quilombola pois se originou da Comunidade da Matinha dos Pretos que antes pertencia ao Distrito de Maria Quitéria.
Os alunos participaram ativamente e produziram maquetes retratando a história completa, entrevistas com personalidades que fazem parte dessa trajetória e resgatando a cultura local.
O projeto foi contemplado através do Edital Makota Valdina aberto pela Secretária de Educação do Estado da Bahia (SEC), com objetivo de mostrar a valorização da história e cultura africana, afro-brasileira e indígena.
"Estávamos concorrendo com todos os colégios da Bahia e conseguimos. No cronograma organizado previa que as atividades fossem realizadas durante todo o período letivo, começamos em maio de 2024. Sou apaixonada pela comunidade da Lagoa Grande e casou com meu interesse em desenvolver projetos relacionados a educação anti racista. Tive a colaboração do meu colega Laerte Dias, também professor de Geografia e começamos a execução", disse Climeres Santa Rosa, professora de História.
Climeres destacou a importância da Mostra no mês de Novembro. "Escolhemos esse mês para que houvesse a culminância e estamos felizes em ver os meninos envolvidos na questão da identidade negra destacada e valorizada. Eles são protagonistas e estrelas desse evento, eu sou somente uma condutora", afirmou.
Kauane Souza, aluna contou que também aprendeu durante o procedimento de criação. "As pessoas precisam saber mais sobre a cultura presente na comunidade. Eu não sabia como era o processo da torra da farinha e pesquisando pude compreender. A casa de farinha tinha que ser patrimônio histórico, mas nem todos sabem da sua existência", concluiu.
Os alunos mergulharam na história do Quilombo e evidenciaram a realidade da lagoa que um dia já foi ponto turístico da região e hoje se tornou depósito de lixo, entulho e animais mortos.
"É importante mostrar a lagoa atualmente para tentar chamar atenção dos órgãos competentes e responsáveis pelo meio ambiente", contou Yasmin Brito, aluna.
"Nada melhor do que ver nossos alunos fortalecendo a relação étnico-racial e identidade com o lugar. A ideia é fazer com que eles se reconheçam como pertencentes a essa comunidade, uma cultura extremamente linda e rica que deve ser sempre valorizada.
Aqui é apenas um pedaço do que foi construído ao longo do ano durante as aulas com o trabalho de valorização das comunidades quilombolas. Fizemos todos mapeamento geográfico detalhado junto com todos do colégio", concluiu Laerte Dias.
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