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Feira de Santana Protesto

Mais de 30 crianças com TEA tiveram atendimento interrompido pela Unimed em Feira, afirma coletivo de mães em mais um protesto

Das 32, 12 entraram na Justiça e apenas 6 estão recebendo tratamento

13/11/2024 14h13 Atualizada há 6 meses
Por: Hely Beltrão Fonte: Conectado News
Internauta
Internauta

Por Hely Beltrão

A saga das mães para terem o direito ao atendimento do plano de saúde Unimed dentro do que estabelece a lei brasileira e a ANS (Agência Nacional de Saúde) a seus filhos com TEA (Transtorno do Espectro Autista) ganhou mais um capítulo nesta quarta (13), em mais um protesto, desta vez realizado em frente a sede do plano de saúde em Feira de Santana, na rua Georgina Erisman no centro de Feira de Santana. Em setembro, um protesto foi realizado em frente ao Fórum Filinto Bastos contando celeridade da Justiça.

Em outubro, o coletivo de mães divulgaram uma nota nas redes sociais relatando que no dia 24 daquele mês, completava-se 30 dias que a Unimed estava negando o tratamento às crianças, situação que ocorre tanto em Feira de Santana como em Salvador, conforme relatado em matéria publicada no Conectado News em 14 de setembro.

Segundo o coletivo de mães, a Unimed Nacional de forma arbitrária trocou a clínica responsável pelo atendimento terapêutico de seus filhos, o que de acordo com elas, pode prejudicar a continuidade e eficácia das terapias, por conta do vínculo terapêutico estabelecido entre a criança e o profissional.

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Em áudio enviado à nossa redação, Jackeline Silva Lopes, detalhou a situação difícil em que se encontram as mães atípicas após a suspensão do atendimento, mesmo as que tiveram o direito garantido na Justiça, uma vez que a Unimed, das 12 mães que obtiveram sentença favorável, 6 não estão sendo cumpridos.

"Nesta quarta (13) fizemos mais uma manifestação contra a Unimed, desta vez em frente a sede do plano de saúde em Feira de Santana, contra os abusos que vêm sendo cometidos contra crianças autistas no município, onde 32 crianças com TEA tiveram o tratamento interrompido e mais de 300 crianças em Salvador estão na mesma situação, porque os pais não aceitam a transferência abusiva e desrespeitosa que a Unimed está fazendo de clínica, transferindo nossos filhos para clínicas de qualidade inferior, sem comprovação de que os profissionais que atuam nessas unidades têm certificações e especializações necessárias para atendê-los, com espaço físico insuficiente para comportar toda a demanda de crianças enviadas pelo plano de saúde, por isso estamos lutando pelos nossos direitos. Dessas 32 crianças de Feira, 12 já tiveram decisão judicial favorável para que continuem na clínica em que estavam em tratamento, pois a Justiça baiana reconhece os nossos direitos, mas a Unimed continua descumprindo, dessas 12 decisões, apenas seis foram cumpridas até agora porque a Unimed desrespeita à Justiça e às leis brasileiras, estamos lutando para que a sociedade saiba o que está acontecendo com nossos filhos, para que a Unimed repense a prática abusiva  e desrespeitosa que vem praticando contra os seus pacientes e respeite o direito dessas crianças com autismo".

"Existem normas da Agência Nacional de Saúde (ANS) que determinam que a mudança de clínica só pode ser feita para outra de qualidade igual ou superior a qual a criança iniciou o tratamento, mas, nem a Unimed ou a clínica comprovam que atendem a esse requisito, ou se os profissionais são especializados para atender essas crianças, queremos a garantia de que nossos filhos terão o tratamento de qualidade que já vinham tendo com cobertura judicial por esses planos de saúde, foram os próprios planos de saúde que nos mandaram para a clínica atual, onde o atendimento é de qualidade e possuem todas as especializações necessárias para fazer o tratamento e seguem a prescrição médica recomendada para essas crianças, mas agora querem nos enviar para uma unidade que não cumpre com as prescrições, não respeita as orientações médicas, sobre o que é necessário para o tratamento dos nossos filhos, não podemos aceitar isso".

"Enquanto aguardamos a decisão da Justiça, essas crianças continuam com o atendimento suspenso, simplesmente interromperam unilateralmente o plano de saúde dessas crianças e depois as mudaram de clínica, a maioria dessas crianças estão há quase dois meses com tratamento interrompido e a consequência disso são as crises, não conseguem frequentar à escola, passam a se auto agredir, passam a  apresentar regressão na evolução que vinham tendo, tudo isso por conta dessa medida abusiva da Unimed, onde a Justiça não tem conseguido ainda impor de forma decisiva para que o plano de saúde cumpra, não vamos desistir continuaremos lutando pela saúde dos nossos filhos", concluiu.

 

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JackelineHá 7 meses Feira de Santana-BAGratidão Contectado News pelo compromisso com as causas dos mais vulneráveis. Seguiremos lutando. A justiça prevalecerá.
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