Os antigos rádios de pilha estão sendo essenciais para comunicação com as vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul (RS). Através do rádio são enviadas informações sobre a situação do estado e demais acontecimentos. Com a emergência climática, a comunicação também foi prejudicada.
Pensando nisso, a Universidade de Santa Cruz do Sul (Unics), iniciou uma campanha de arrecadação de aparelhos para distribuição nas áreas atingidas pela enchente. O professor universitário, Willian Araújo um dos idealizadores da campanha explicou como surgiu a ideia.
“Nos dias de grande confusão, eu me vi com o meu radinho de pilha. Rádios locais não tinham transmissão online no horário que eu queria ouvir, eu estava sem internet e sem luz. E eu não tinha outro rádio que não fosse o de pilha”.
A campanha arrecada rádios de pilha e recursos para comprá-los. Em paralelo, o núcleo de comunicação da Unics produz boletins informativos que são transmitidos nas rádios locais. Entre os conteúdos estão dicas de cuidados com a saúde nas enchentes ou como identificar sintomas de leptospirose, por exemplo.
Também foi criado um canal no WhatsApp, para a equipe receber áudios e vídeos e fazer checagem das notícias. Conforme o professor William, o rádio recebeu um novo significado para o Rio Grande do Sul.
“O rádio vem anunciando sua morte desde os anos 50 e vemos a resiliência do meio de comunicação se atualizar a cada desafio tecnológico. Os podcasts e a transmissão ao vivo mostram como a oralidade é importante para a sociabilidade humana. O que estava caindo em desuso é a tecnologia de transmissão de FM (Frequência Modulada), assim como a AM (Amplitude Modulada) estava obsoleta. Elas ganharam um outro significado no Rio Grande do Sul a partir dessa tragédia”.
Willian acredita que o rádio de pilha é o ‘item de segurança’ que todos deveriam ter em casa. Apesar de não ser o mais prático ou tecnológico, é o meio de comunicação que funciona quando a estrutura essencial entra em colapso.
Embora a ideia tenha nascido através da Unics, a iniciativa cresceu e já conta com apoio da UFSM (Universidade Federal de Santa Maria) e diversas associações ligadas à radiodifusão. O grupo busca apoio da Defesa Civil na distribuição dos aparelhos na região central do estado. “Queremos expandir para a região metropolitana, mas ainda é difícil garantir que vamos conseguir porque depende de logística. E o emergencial agora é água, comida e roupa”, concluiu o professor.
A Rádio Nacional de Brasília sabendo da iniciativa, direcionou uma de suas antenas de Ondas Curtas, também conhecida como HF (High Frequence) ou SW (Short Wave) para o sul do país no sábado (11), a fim de que seu sinal chegue ao Rio Grande do Sul, que poderá ser sintonizada no estado através das frequências 6180 e 11780 Khz (Kilohertz).
Reportagem: Hely Beltrão, com informações da repórter Vitória Mota do site redeondadigital e Rádio Nacional de Brasília
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