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Rádio a pilha se torna o mais importante meio de informação em meio a catástrofe no Rio Grande do Sul

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13/05/2024 08h57 Atualizada há 2 meses
Por: Hely Beltrão Fonte: Conectado News
Arquivo Pessoal
Arquivo Pessoal

Os antigos rádios de pilha estão sendo essenciais para comunicação com as vítimas das enchentes no Rio Grande do Sul (RS). Através do rádio são enviadas informações sobre a situação do estado e demais acontecimentos. Com a emergência climática, a comunicação também foi prejudicada.

Pensando nisso, a Universidade de Santa Cruz do Sul (Unics), iniciou uma campanha de arrecadação de aparelhos para distribuição nas áreas atingidas pela enchente. O professor universitário, Willian Araújo um dos idealizadores da campanha explicou como surgiu a ideia.

“Nos dias de grande confusão, eu me vi com o meu radinho de pilha. Rádios locais não tinham transmissão online no horário que eu queria ouvir, eu estava sem internet e sem luz. E eu não tinha outro rádio que não fosse o de pilha”.

A campanha arrecada rádios de pilha e recursos para comprá-los. Em paralelo, o núcleo de comunicação da Unics produz boletins informativos que são transmitidos nas rádios locais. Entre os conteúdos estão dicas de cuidados com a saúde nas enchentes ou como identificar sintomas de leptospirose, por exemplo.

Também foi criado um canal no WhatsApp, para a equipe receber áudios e vídeos e fazer checagem das notícias. Conforme o professor William, o rádio recebeu um novo significado para o Rio Grande do Sul.

“O rádio vem anunciando sua morte desde os anos 50 e vemos a resiliência do meio de comunicação se atualizar a cada desafio tecnológico. Os podcasts e a transmissão ao vivo mostram como a oralidade é importante para a sociabilidade humana. O que estava caindo em desuso é a tecnologia de transmissão de FM (Frequência Modulada), assim como a AM (Amplitude Modulada) estava obsoleta. Elas ganharam um outro significado no Rio Grande do Sul a partir dessa tragédia”.

Willian acredita que o rádio de pilha é o ‘item de segurança’ que todos deveriam ter em casa. Apesar de não ser o mais prático ou tecnológico, é o meio de comunicação que funciona quando a estrutura essencial entra em colapso.

Embora a ideia tenha nascido através da Unics, a iniciativa cresceu e já conta com apoio da UFSM (Universidade Federal de Santa Maria) e diversas associações ligadas à radiodifusão. O grupo busca apoio da Defesa Civil na distribuição dos aparelhos na região central do estado. “Queremos expandir para a região metropolitana, mas ainda é difícil garantir que vamos conseguir porque depende de logística. E o emergencial agora é água, comida e roupa”, concluiu o professor.

A Rádio Nacional de Brasília sabendo da iniciativa, direcionou uma de suas antenas de Ondas Curtas, também conhecida como HF (High Frequence) ou SW (Short Wave) para o sul do país no sábado (11), a fim de que seu sinal chegue ao Rio Grande do Sul, que poderá ser sintonizada no estado através das frequências 6180 e 11780 Khz (Kilohertz).

Reportagem: Hely Beltrão, com informações da repórter Vitória Mota do site redeondadigital e Rádio Nacional de Brasília

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