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Palco Cultural Feira do Caxixis

Feira dos Caxixis em Nazaré: 300 anos de história

Município do Recôncavo

29/03/2024 17h44 Atualizada há 4 semanas
Por: Hely Beltrão Fonte: Conectado News
Luiz Santos
Luiz Santos

Acontece entre os dias 28 a 31 de março, no município de Nazaré, no Recôncavo baiano, uma das festas mais tradicionais da Bahia, a Feira de Caxixis. Em 2024, a festa vem com o tema: “Retratos de uma História” e homenageará a cultura nazarena e grandes mestres da região. Além de atrações musicais, também haverá atividades culturais e gastronômicas.

História da Feira dos Caxixis

A Feira ficou conhecida como uma festa cultural após a peregrinação do oleiro Patrício até Nazaré, para a venda e exposição dos artesanatos de barro (caxixis), produzidos nas olarias de Maragogipinho, no período festivo da Semana Santa. Desde então, a tradição iniciada por Patrício, há três séculos, ganhou notoriedade e anima o Recôncavo com sua atmosfera cultural e festiva.

Ao Conectado News, Irene Adriane, natural do estado de Pernambuco e que comercialzia seus produtos na Feira há 18 anos, reclamou das vendas, mas espera uma melhora até o domingo.

"Estou na Feira de Caxixis há 18 anos, as vendas estão péssimas, talvez por problemas de divulgação, poucos visitantes de fora, espero que no fim de semana melhore. Fabrico uma parte e compro para revender. A nossa fabricação é toda para o Mercado Modelo em Salvador, desde o chaveiro até a cerâmica".

O artista de rua Denis Ramos, que faz a performance da estátua humana, disse que se apresenta na Feira dos Caxixis há 23 anos. Ele afirmou ainda se apresentar em diversas outras festividades, como a Micareta de Feira e o Carnaval de Salvador.

"A festa do Caxixi é a melhor do Brasil, venho há 23 anos, nesta festa linda, muita gente bonita, humilde, onde consigo com a minha arte, levar o pão para casa, pois o povo tem um coração enorme. Me apresento em diversas festas, como Carnaval e Micareta, adultos e crianças gostam, é uma arte bonita, não peço nada a ninguém, ajuda quem quer. São cinco minutos para se pintar e meia hora para tirar". 

Natural de Nazaré, o vendedor João da Luz, diferente dos demais, que trabalham com artesanato de barro, decidiu inovar e trabalhar com artesanato de madeira voltado para bebidas. Ele também reclamou das baixas vendas deste ano.

"A venda está fraca, ano passado foi muito melhor que este ano. Trabalho com um tipo de artesanato diferente, algo que aqui na Feira não se encontra, peças de madeira voltado para bebidas. Meu artesanato é fabricação própria, leva por volta de 30 minutos para ser feito. Comecei por curiosidade, vi de uma outra pessoa, mas não era igual a esse que faço. Fora da Feira, trabalho sob encomenda, pois no restante do tempo trabalho com outros produtos".

Sabino Neto, relata que deixou seu emprego de 25 anos por conta da pandemia e passou a empreender com artesanato.

"As vendas estão fracas, acredito que seja por conta da data. Comecei a trabalhar com artesanato há um ano e meio por conta da pandemia, antes disso, fui técnico em refrigeração por 25 anos. Procuro estar em todas as Feiras da Bahia. Os itens mais procurados são relógios, espelhos, feiticeira, passarinho de madeira. Meus artesanatos são feitos reaproveitando aquilo que a serraria não quer", concluiu.

Reportagem: Luiz Santos e Hely Beltrão

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