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Feira de Santana Chuvas

"As construtoras tinham conhecimento do problema e não fizeram nada para resolver a situação"

Diz Sindico de condomínio alagado no bairro Papagaio nas últimas chuvas

28/02/2024 13h01 Atualizada há 3 meses
Por: Hely Beltrão Fonte: Conectado News
Luiz Santos
Luiz Santos

As chuvas dos dias 26 de janeiro e 20 de fevereiro causaram muitos estragos e prejuízos em Feira de Santana, não apenas nos bairros comuns, mas também nos planejados, a exemplo do bairro Papagaio, onde moradores perderam quase todos os bens com a inundação.

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Moradores do Condomínio Casas de Veneza no bairro Papagaio, obra da construtora Estação 1, estiveram na manhã desta quarta (28) na Câmara de Vereadores, fazendo um apelo na tribuna livre da casa por uma solução. Ao Conectado News, Wilquison de Cerqueira Nogueira, síndico do condomínio, afirmou que a Estação 1 tem ciência do problema mas nunca tomou providência. Ele também culpou a L. Marquezzo, pois segundo ele, a construtora realizou uma obra de desvio de águas no terreno ao fundo do condomínio Casas de Veneza.

"A situação de momento no condomínio Casas de Veneza, é que estamos sofrendo desde a entrega ocorrida em 18 de dezembro de 2018. Na primeira chuva em janeiro de 2019 ocorreu um alagamento, onde as construtoras têm conhecimento, a construtora do condomínio Casas de Veneza é a Estação 1 e o terreno ao fundo é da L. Marquezzo, que realizou uma obra que mudou o percurso da água com com várias caçambas de entulho e areia, essa água que vem do corredor da  Rua dos Franceses, bairro planejado do Papagaio, vem do Parque Ipê Roxo e Amarelo e deságua nesse terreno e acumula no muro do Casas de Veneza. Um dos vereadores disse qye isso aconteceu porque foi muita chuva, mas não é só isso, todo ano, qualquer chuva, mesmo que seja mínima, alaga no muro do Veneza, para se ter uma ideia, nas últimas chuvas, a água atingiu mais de 2 metros de altura no muro, a nossa preocupação é o muro desabar, matar alguém e só após isso tomarem providências, algo que é simples de resolver. As casas foram alagadas, existem fotos e vídeos onde os moradores perderam cama, sofá, televisão, como não tinha saída de água, esta começou a retornar pelo telhado, que é a drenagem da bacia, alguns moradores não tinham onde dormir e cedemos o salão de festa para botar motos e materiais". 

Segundo o síndico, a construtora foi procurada, mas não tomou nenhuma providência.

"Temos documentos, tivemos com a Estação 1, mas nunca foi resolvido o problema, eles têm conhecimento, mas ficam no jogo de empurra entre Estação 1 e L. Marquezzo, mas não chegam a um consenso para resolver nosso problema. Já fizemos uma comunicação extrajudicial, estamos providenciando uma empresa de engenharia para fazer um laudo técnico, talvez não sirva para o Ministério Público por se tratar de um laudo técnico particular, mas que o poder público, Ministério Público e Defesa Civil se sensibilize com a nossa situação e nos apoie, porque comprou uma casa e são cinco anos de sofrimento".

Desvalorização dos Imóveis

"A média de compra por volta de R$170 mil, atualmente, quando você diz morar no Papagaio vira motivo de chacota ou meme na internet. Com relação a desvalorização, somente corretores para dizer, mas no momento sim, acaba desvalorizando, inclusive moradores na intenção de ajudar acaba prejudicando, afirmando que casas no papagaio não vale R$ 1 real, discordo, porque é meu lar, onde habito, tem que ter valor, a preocupação nossa é uma solução imediata para o muro do fundo".

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A presidente do Conselho, Nina Guimarães fez um apelo por providências, temendo que o muro desabe e cause uma tragédia.

"Esperamos que os órgãos competentes ouçam nosso apelo, que tenhamos apoio diante dos vereadores, que a Câmara possa olhar por esses locais, por essas construtoras que não estão dando a devida manutenção ao muro, o desespero dos moradores é justamente o medo desse muro desabar, são vidas. Imagine estar dormindo em seu quarto à noite, tranquilo, pensando estar em segurança, por ter comprado um imóvel em um  lugar 'seguro, pagou todas as taxas e impostos devidos à construtora e ao banco, e de repente você toma um susto no meio da noite por causa de uma chuva forte que alagou um terreno que não tem manutenção e acontece uma tragédia, nosso apelo é esse, vamos tomar as providências devidas", concluiu.

Realizamos contato com as contrutoras Estação 1 e L. Marquezzo e aguardamos um posicionamento.

Reportagem: Luiz Santos e Hely Beltrão

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