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Saúde HGCA

"Um hospital municipal desafogaria o HGCA", diz diretora

Cristiane França

23/02/2024 16h57 Atualizada há 2 anos
Por: Hely Beltrão Fonte: Conectado News
Cristiane Melo
Cristiane Melo

A diretora geral do HGCA (Hospital Geral Cleriston Andrade) Cristiane França, concedeu entrevista ao Programa Levante a Voz da Rádio Sociedade News FM de Feira de Santana na manhã de quinta (22) para tratar sobre as reformas e ampliações do hospital, maior procura de atendimento, entre outros.

"O Hospital Geral Clériston Andrade tem recebido por parte do Governo do Estado através da Secretária Estadual de Saúde, um olhar em termos de organização, atualmente estamos com o hospital com obras em todos os setores, o Clériston Andrade se divide em dois grandes blocos, o bloco onde ficam as UTI (Unidade de Terapia Intensiva) e o centro de diagnóstico, chamamos de Cleriston 2 e o Cleriston 1, é o espaço onde tem a parte de internamento. O Cleriston 2 é mais recente, está sendo ampliado o Cleriston 1, onde o governo do Estado está investindo e melhorando toda parte de estrutura física, ambiência, atualmente Clériston 2 está passando por muitas obras. Com relação a enfermarias, tivemos uma entrega de uma onde ficam os pacientes de clínica médica, enfermaria com 30 leitos, com toda a estrutura, ar condicionado, com toda a parte de ambiência, estamos colocando aparelhos de TV para que os pacientes e acompanhantes tenham uma condição melhor de permanência, temos a clínica médica, mês passado entregamos uma outra clínica, esta com 34 leitos, onde ficam os pacientes acometidos por doenças neurológicas, estamos avançando para uma outra enfermaria que abrigará provavelmente pacientes cirúrgicos, com mais de 40 leitos, entregamos um novo ambulatório, que recebeu o nome do antigo diretor o Dr. José Carlos Pitangueiras, é um grande ambulatório com várias especialidades, mas, que em nosso entendimento está ficando pequeno porque é muita demanda, entregamos uma parte da nova agência transfusional, moderna com equipamentos novos, entregamos também uma sala chamada de núcleo interno de regulação, o hospital está sendo ampliado para que possamos cada vez mais melhorar a estrutura física e ambiente".

Problemas na estrutura das enfermarias

"No dia 14 de março o Clériston Andrade completará 40 anos, essa é a estrutura que tentamos melhorar, a parte das enfermarias, estamos organizando porque também passará por reformas, não podemos infelizmente fechar o hospital e fazer a reforma de uma maneira geral, porque os pacientes ficarão desassistidos, nesse processo de reforma não fechamos um leito sequer, não impedimos a entrada de nenhum paciente que bateu na porta do Clériston, é sabido que até em nossas casas, quando fazemos reforma, algumas coisas não sairão de uma maneira bacana, devido a necessidade de fechar uma área para abrir outra, existem vários problemas, o que tem sido feito para minimizar a estadia desses pacientes na área antiga? Colocamos nas enfermaria ar condicionado, no Clériston Andrade, as enfermarias mais antigas estão sem ar condicionado, em Feira de Santana as coisas são muito intensas, colocamos dois aparelhos de ar condicionado de potência grande na entrada e no final da enfermaria, isso melhorou a climatização, mas entendemos que ainda não surtiu o efeito completo. A secretária Roberta Santana me ligou em um domingo chamando para irmos ao HGCA, algo que faz fora do protocolo, porque ela é feirense, ela tem um amor muito grande por Feira de Santana e pelo Hospital, já acertamos a vinda de uma empresa para trabalhar toda a parte elétrica a fim de que possamos instalar aparelhos de ar condicionado em cada quarto, mesmo nas enfermarias que ainda não passaram por reforma, isso vai minimizar o calor, melhorar a ambiência, claro que são medidas paliativas para que espere a reforma e aí sim, teremos um local muito bacana durante o período de internamento dos pacientes".

Mais de 60% dos atendimentos do acidentes de trânsito, são de motociclistas

"Atualmente temos a noção que a grande demanda do HGCA é a emergência que normalmente fica muito cheia, paciente em maca é algo que nenhum gestor gostaria que tivesse, porém, isso é uma realidade não só no Clériston Andrade mas em todos os hospitais públicos e muitas vezes nos privados, porque a demanda às vezes é muito maior do que a procura, especialmente nessa área chamada de Ortotrauma,é uma área bastante ocupada principalmente no fim de semana. Ortotrauma não é só acidente de trânsito, mas também envolve tiros, facadas, ou seja, todos esses pacientes que precisam de um atendimento mais rápido, ficam nesta área. Sobre a questão do trânsito, o número de pacientes aumenta no final de semana, os motoristas continuam fazendo ingestão de bebida alcoólica, agravando o problema, é muito mais a questão das motos, atualmente, dos pacientes que adentram ao Clériston por acidente de trânsito, mais de 60% envolvem moto. Precisamos cada vez mais fazer um esclarecimento, campanhas para que esse pessoal tenha mais cuidado porque o acidente de moto quando não mata, deixa sequelas graves, e isso nos deixa muito angustiados, porque o Cleriston quer atender de uma maneira muito bacana, ninguém quer deixar paciente em maca no corredor, mas reitero que a demanda é muito grande e isso melhoraria se tivéssemos um trabalho preventivo, é necessário que os motociclistas tenham um pouco mais de responsabilidade, a impressão que temos é que o motociclista sempre está atrasado, muitas vezes acontece nesse problema de trânsito".

Cristiane explicou porque o Estado prefere reformar ao invés de construir um novo hospital

"Temos que entender o seguinte, a construção de um hospital é uma obra muito complexa para se fazer, os terrenos do Cleriston, Hospital Especializado Lopes Rodrigues, Hospital Estadual da Criança e a UPA (Unidade Pronto Atendimento) estadual, são do governo do Estado. O Clériston Andrade é um hospital de alta complexidade, que faz os mesmos procedimentos de vários centros modernos do Brasil, ano passado fizemos uma publicação na qual temos operado tumor cerebral com o paciente acordado, são poucos os centros do Brasil que fazem isso, por isso, o HGCA não deveria mais ter emergência para atender a população, todos os pacientes deveriam vir para o Clériston Andrade pela Central de Regulação. O HGCA devido à complexidade, deveria ser chamado de hospital porta fechada, mas, ainda continuamos atendendo por uma questão de organização, principalmente por parte dos municípios no atendimento de sua população. Para se ter ideia, 70% dos atendimentos do Clériston hoje vem do município de Feira de Santana, na maioria das vezes, os pacientes chegam com pequenas ocorrências, por exemplo um corte que poderia ser atendido por uma unidade de menor complexidade, porque dizem que ao chegar nessas unidades de saúde não são atendidos porque falta profissional e medicamentos, não podemos deixar um paciente desses. Para se construir um hospital desses, é algo de uma complexidade muito grande, por isso, sabiamente, o Estado tem feito obras de reforma, ampliação e construção de hospitais em locais estratégicos, por exemplo, a área de Feira de Santana classificada como Centro Leste, que além do Cleriston, temos o Hospital de Itaberaba, o Hospital de Jacobina e outras vezes o Hospital de Alagoinhas, que também faz parte dessa região de saúde. O Estado ao invés de fazer novos hospitais onde já existem, estão fazendo em locais estratégicos, para que o Cleriston seja um Hospital Geral Especializado em doenças, acometimentos de procedimentos que são de alta complexidade, como é o caso da Neurocirurgia. Ano passado realizamos quase mil atendimentos em Neurocirurgia, em acidentes, traumas, tumores e doenças de coluna, o Clériston Andrade hoje é o centro mais importante de Neurocirurgia do Estado da Bahia, que não atende apenas a nossa região, mas dos quatro cantos da Bahia e de outros estados, já atendemos pacientes de Goiás e Pernambuco. Nesses estados, não tem especialista? Sim, mas o Clériston tem o médico especializado em algumas doenças. É bom que as pessoas entendam que existem convênios, por exemplo, com o estado de Pernambuco, como Petrolina e Juazeiro são muito próximos, existe um convênio chamado Rede PEBA, Bahia e Pernambuco ao que chamam de consórcio, por isso, podemos atender, assim como Salvador atende pacientes de Feira de Santana. O Clériston Andrade é um hospital que ainda tem muito a dar, por isso o governo do Estado pensa que o HGCA precisa ampliar, não em pequenos procedimentos, mas em grandes. É necessário que a Prefeitura também, entre com a parte dela, Feira de Santana ainda não tem um hospital municipal, é uma grande metrópole e precisa".

Segundo Cristiane, um Hospital Municipal em Feira desafogaria o Cleriston.

Atendemos a todos que nos procuram por que o HGCA é um Hospital porta aberta, pacientes que não são perfil do Cleriston. Um hospital do município ajudaria muito para desafogar o Clériston Andrade, muitas vezes o próprio paciente e o seu familiar reclama, mas porque queriam estar em um local melhor, mas infelizmente ainda não temos esse lugar porque a demanda hoje é 4 vezes a nossa capacidade, mas não deixamos de atender, todos os pacientes que chegam na porta do Hospital são orientados, temos uma classificação de risco por isso, mas, se tivesse um hospital municipal para ajudar, com certeza melhoraria a qualidade do atendimento tornando o Cleriston um hospital de alta complexidade.

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Atendimento mensal HGCA

"A maioria dos pacientes que adentram o Clériston Andrade ou é trauma ou uma cirurgia extremamente delicada de fratura de fêmur do paciente idoso. Esse paciente quando chega no HGCA, não vem apenas com a fratura, mas com várias comorbidades, como diabetes ou hipertensão. Além dos pacientes que chegam com a questão dos acidentes, paciente com AVC (Acidente Vascular Cerebral). O Cleriston Andrade pelo segundo ano consecutivo, recebeu um prêmio chamado prêmio Diamond, dado aos hospitais que mais se destacam no mundo no atendimento do paciente com AVC. O HGCA é o único hospital do Brasil considerado excelência, porque quando um paciente chega na porta do Cleriston, o porteiro já faz o diagnóstico visual de que ele está entrando no processo de AVC, quanto mais rápido o atendimento desse paciente, menor as sequelas, isso é motivo de orgulho. Muitas vezes fico triste quando as pessoas difamam o Cleriston, porque não tem lençol, não tem isso ou aquilo.  O HGCA é muito maior que isso, peço as pessoas que peguem o Cleriston com essas pequenas coisas que muitas vezes são fake news, isso é importante que se diga, mas vejam o Cleriston como um hospital de excelência hoje no Brasil, que realizou ano passado entre atendimento de pacientes, consultas e procedimentos, mais de 200 mil, isso é um motivo de orgulho para todos nós", concluiu.

Reportagem: Luiz Santos e Hely Beltrão

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Zero hospital Há 2 anos Feira de Santana Promessa de político mentiroso, final de mandato, ano eleitoral, teve 06 anos e não fez nada , o pior gestor que feira já teve, e olha que já tivemos várias tranqueiras, Mais uma jogada de COBÉ para tentar eleger o candidato, e segurar os desmandos dele e de alguns SECRETÁRIOS.
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