O professor de História e presidente da Esperançar Novos Mundos, João Rocha Sobrinho, realizará uma live através do seu canal do youtube neste sábado (2) com a temática: Violência Policial na Bahia e a Necropolítica do Estado. Em entrevista concedida ao Conectado News na manhã desta terça (29) na Câmara de Vereadores de Feira de Santana, o professor comentou sobre a live e disse ainda, que a polícia é em sua maioria, racista.
"A live com o tema Violência Policial na Bahia e a Necropolítica do Estado, depois que vimos os assassinatos de crianças no Rio de Janeiro, maioria afrodescendentes, em São Paulo e particularmente aqui na Bahia, devemos tomar uma decisão. Para se ter uma ideia, em 2017 foram registrados 65 mil homicídios no país, dos quais 35 mil jovens entre 15 a 29 anos e 85% desse contingente formado por afrodescendentes, é literalmente um genocídio. A época, busquei alguns religiosos, tanto da vertente evangélica, quanto católica, para fazermos um trabalho contra esse genocídio, infelizmente, não consegui sensibilizar ninguem. Agora com o assassinato absurdo de Mãe Bernadete, de crianças e jovens afrodescendentes. Teremos na live o professor Pedro Tchê, que é historiador, policial civil do Rio Grande do Norte e é líder da Polícia Civil há 11 anos debatendo uma polícia do povo, que garanta a segurança de todo o cidadão, que primeiro vai ouvir, investigar, prender, julgar e se for responsável condenado. No Brasil não existe pena de morte, por isso, na hora que a Polícia faz a matança do jovem afro descendente, está impondo a pena de morte ilegal, que é inconstitucional", disse.
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Para o professor, a culpa não é só da Polícia.
"Fico triste quando um policial morre durante o trabalho, e a uma parte da mídia diz: “bandido bom é bandido morto”. Mas eu pergunto: Alguém nasce bandido? Não, mas, em um país onde 6 famílias bilionárias tem uma riqueza acumulada mais do que a renda de 113 milhões de brasileiros, a mesma sociedade, o mesmo estado garante que essas 6 famílias que espoliaram as domésticas que não tem nenhum direito social, para que hoje dois terços da nossa população que trabalha como motorista por aplicativo ou vivendo de bico, não consegue estudar, trabalhar e passando fome, muitos não tiveram direito a uma creche ou a uma educação de qualidade. O que a mídia consumista diz a esse jovem? A aparência do corpo vale mais do que a essência, ter as coisas vale mais do que ser, se não tiver roupa de marca, eletrônico de última geração e um super meio de locomoção, ele é um zero, está fadado a cavar buraco e quebrar pedra, pode ser cooptado pelo narcotraficante".
Segundo João Rocha, uma das soluções para se ofertar uma educação com maior qualidade, é a taxação dos super ricos.
"Precisamos debater a reforma fiscal com tributação progressiva e solidária. Para se ter uma ideia, atualmente quem mais paga imposto é quem ganha um salário mínimo, que tem parte de sua renda confiscada com os impostos pagos com comida, roupas, remédios e transporte. Uma pessoa que ganha dez salários mínimos, ao invés de ser 50%, são 5%, 100 salários, 0,5%, rico no Brasil não paga imposto. Há uma proposta no Congresso de Reforma Tributária justa e solidária que pretende tributar entre 1,5 e 2% os super ricos que têm renda anual acima de R$10 milhões de reais, tributar lucros dividendos. O presidente da Câmara dos Deputados, Artur Lira (PP), disse que é contra tributar ricos. Enquanto o rico nos Estados Unidos paga 44% de Imposto de Renda, na Alemanha paga 54%, Suécia 59%, no Brasil quando paga é apenas 15% a 27,5%. Temos que tributar os milionários, quem tem rendas altas, lucros e dividendos, porque para manter a escola em tempo integral para todos os filhos de pobres, tem que ter recurso. O filho de rico que estuda em grandes escolas particulares nunca precisou trabalhar, não passou fome, criança com fome não aprende nada. Venho tentando há três anos, um espaço nas rádios e TVs da Bahia para discutir a respeito da tributação dos ricos, porque sem isso, não haverá recursos. Porque o pobre morre na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) aguardando uma vaga na UTI (Unidade de Terapia Intensiva)? Porque o ex-presidente Michel Temer (MDB), congelou por 20 anos os recursos da saúde e da educação que já eram insuficientes", concluiu.
Reportagem: Luiz Santos
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