Em entrevista concedida ao Programa Levante a Voz da Rádio Sociedade News FM na manhã deste sábado (29), a primeira mulher a assumir a presidência da CUT (Central Única dos Trabalhadores) na Bahia, Maria Madalena Firmo (mais conhecida como Leninha), comentou sobre a programação das centrais sindicais para o 1º de maio, Dia do Trabalhador, ser a primeira mulher a assumir a CUT/BA e a relação com o governo do Estado.
"Pela primeira vez uma mulher assume a presidência da Central Única dos Trabalhadores na Bahia, mulher do interior, da agricultura familiar, que chegou em um momento difícil, mas que estamos conseguindo superar as dificuldades, e na unidade das centrais realizando um dos maiores atos do 1º de maio do Brasil, na Bahia na segunda (1)".
Programação 1º de Maio
"Teremos uma jornada chamada Maio de Lutas, que começa em Salvador no dia 1º no Farol da Barra, a partir das 14h, será o momento de fala do movimento sindical. As 16h começam os shows, entra Olodum e depois, Daniela Mercury, no intervalo a participação do governo do Estado, parceiro nesse evento. Em Feira de Santana, está previsto para o dia 20 de maio, estamos com a unidade do movimento sindical, partidos de esquerda e de todos que compreendem o mês de maio como o mês de luta em defesa da classe trabalhadora".
CN - Porque tanto tempo para uma mulher presidir a CUT?
Leninha - Essa questão de gênero vem de muitos anos, a luta da mulher para ocupar os espaços, a CUT, como outras centrais sindicais, a mulher sempre atuou, mas na linha de frente, na presidência, são poucas ainda que assumem exatamente porque a CUT está dentro de uma sociedade machista, não é diferente de outros espaços, por isso devemos ir lutando e conquistando cada degrau, atualmente, após a eleição da presidente Dilma Roussef (PT), se percebeu que é possível a mulher ocupar qualquer espaço que ela deseje e se prepare para assumir, a CUT foi a primeira Central na Bahia a ser presidida por uma mulher, em seguida veio a CTB (Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil) com a companheira Rosa, que hoje também assume a presença da outra Central, para nós mulheres não é fácil, a mulher sempre enfrenta grandes dificuldades de ocupar esses espaços estratégicos, mas uma vez que a mulher assume, ninguém consegue deter a força da mulher. A CUT Bahia está vivendo essa experiência, os companheiros têm falado da importância que tem sido o nosso trabalho à frente da Central.
CN - O que causou o enfraquecimento dos movimentos sindicais nos últimos anos?
Leninha - Costumo dizer que o movimento sindical embebedou quando Lula (PT) chegou ao poder, ficou fascinado, esperando, achando que estava tudo resolvido, e não estava, porque a correlação de força no Congresso Nacional não é brincadeira, às vezes ganha a presidência da república, mas não ganha o poder total, como está agora, o Congresso é cada vez mais conservador, bastante dividido, tem que ter muito jogo de cintura para fazer acontecer as coisas nesse país e o movimento sindical deve estar atento ao movimento político, perdemos uma força nesse período por conta disso, tem que se movimentar para garantir, a nossa compreensão é que o nosso palco é a rua, ou você mantém o povo mobilizado, constante para disputar narrativa, garantir o direito de classe trabalhadora ou no Congresso não passa fácil, e sem Congresso não se consegue governar.
CN - Na política, por que a agricultura familiar, não consegue fazer frente ao Agro, mesmo sendo responsável por 70% dos alimentos na mesa do brasileiro?
Leninha - Por que historicamente disseram para o trabalhador, em especial da Agricultura Familiar, que não tinha de disputar política partidária, durante muito tempo o sindicato se organizava, mas, sempre se dizia que ali não era lugar de política, e hoje compreendemos que é lugar de política sim, porque o direito do trabalhador, a roupa que vestimos e a sandália que calçamos, depende dos políticos que estão assumindo os espaços estratégicos. Se o Agronegócio faz uma bancada consideravelmente forte, será ele que estará pautando o governo para o povo a partir dos seus mandatos, o movimento sindical de modo geral, não só o rural tem que compreender isso e trabalhar na sua base, a importância de se ter deputados, deputadas, vereadores e prefeitos assumindo esses espaços, caso contrário, ficaremos na queda de braço constante e na maioria das vezes perdendo, porque não temos condições de ganhar na correlação de forças.
Expectativa e relacionamento com o governo Jerônimo Rodrigues
"A CUT vai funcionar compreendendo que governo é governo, o movimento sindical é movimento sindical, a hora que precisar fazer qualquer ação em defesa da classe trabalhadora, não teremos dúvida de que lado estamos, o lado do trabalhador. Com relação ao governador Jerônimo Rodrigues (PT), é diferenciado, porque nesse primeiro momento dos 100 dias, já instalou uma mesa permanente de diálogo com todas as centrais sindicais, algo que não tinha ocorrido nas gestões do PT, não é uma mesa para discutir e negociar apenas salário de servidor, mas também, para discutir os problemas da Bahia, compreendendo a importância das centrais e que estas dialogam sobre todos os temas. Isso nos dá uma esperança de ser um governo diferente, cada vez mais alinhado à sociedade é ao povo trabalhador", finalizou.
Reportagem: Luiz Santos
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