O ex-deputado Targino Machado concedeu entrevista na manhã desta sexta-feira (26) ao Programa Levante a Voz da Rádio Sociedade News FM 102.1. Targino não poupou críticas ao prefeito de Feira de Santana Colbert Martins (MDB), ao ex-prefeito de Salvador e candidato ao governo da Bahia, ACM Neto (UB), chamando-o de figura abjeta e sem palavra, ao deputado estadual e radialista Carlos Geilson (Solidariedade), ao dizer que manteria distância por questões de higiene.
CN - Qual é a sua análise sobre a política atual em Feira de Santana?
Targino Machado - Se me apresentarem uma vasilha com água e tiver apenas um dedo de água no fundo e me perguntarem: esse copo está meio cheio ou meio vazio? direi que estava meio cheio porque sou otimista por formação, primeiro preciso enxergar as coisas boas, porque parto do princípio de que não adianta identificar no outro os defeitos, prefiro identificar em mim os meus defeitos, porque estes posso corrigir, não os dos outros, mas, analisando de forma fria e mais isenta possível, o executivo em Feira de Santana deixa muito a desejar, quem está à frente do governo ao tentar fazer alguma coisa imagina o que é que o povo gosta mais, normalmente no sentir procura fazer aquilo que vai agradar o povo, mas no caso do prefeito de Feira Colbert Martins, está um pouco equivocado, só faz as coisas que o povo não gosta, está com a rejeição muito grande no município, não quero julgar o mérito porque quem julga político são as urnas, a sua administração sofrerá um julgamento intermediário com 2 anos no dia 2 de outubro, e receberá no dia do seu aniversário um presente amargo, porque o candidato ao Governo e a presidência apoiado por ele perderão de forma estrondosa em Feira de Santana.
CN - Baseado em que o Sr. afirma que Colbert receberá um presente amargo?
Targino Machado - Minhas conversas com as pessoas sempre envolvem política, no posto de gasolina, na borracharia, restaurante, fila do banco, consultório, talvez eu seja o político em Feira de Santana que conversa com mais pessoas toda semana, também na intimidade porque converso com pacientes que geralmente não mentem para o seu médico, principalmente quando o médico tem uma obra social, sei exatamente o que a maioria do povo pensa do prefeito Colbert Martins. Isso será bom para José Ronaldo (UB) que na casa dele, na intimidade com os amigos, vai dizer: se fosse eu não perdia. Torci muito para que Ronaldo fosse o candidato a vice na chapa de ACM Neto, por que a derrota seria dele também, mas, ele vai jogar no colo de Colbert a culpa da derrota. Quanto ao Legislativo disse essa semana ao Vereador Fernando Torres (PSD) que ele erra no modo e na forma de apresentar a mercadoria dele, pela primeira vez em Feira de Santana eu vi um Legislativo independente, autônomo, isso é bom para cidade, o equilíbrio de forças no Legislativo é sempre formidável, porque o chefe do Executivo não se sente à vontade para fazer tudo da forma que quiser, era assim nos governos de José Ronaldo, ele era o chefe do Executivo e chefe do Legislativo, os presidentes da Câmara de Feira de Santana não eram responsáveis pela gestão da Câmara e sim o líder do governo Municipal, a Câmara de Vereadores era um apêndice dos governos e José Ronaldo sempre foi assim, as pessoas da mídia não batiam por conveniência e circunstâncias e isso existe em todos os segmentos da sociedade, mas gostei muito da Câmara que vi em Feira de Santana. Pela primeira vez a Câmara devolve dinheiro no final do ano para o município, foram dois milhões, antes se fazia o que?
CN - O que precisa mudar na gestão do prefeito Colbert Martins?
Targino Machado - Com Colbert não tem conversa, podemos dizer que José Ronaldo tem muitos defeitos, mas também tem duas qualidades, é inteligente e trabalhador, Colbert não é inteligente, se fosse aproveitaria essa oportunidade que o destino deu, porque em condições normais jamais chegaria à Prefeitura, chegou por dois motivos: primeiro, porque Zé Neto (PT) ajudou, Colbert não ganhou a eleição, Zé Neto que perdeu, ganhou com 10 mil votos no primeiro turno e perdeu com mais de 20 mil no segundo turno, a falta de habilidade política de Zé Neto, que não é capaz de sentar, conversar e amarrar as pontas com ninguém, um amigo diz que Zé Neto é um bom companheiro, amigo, mas não sabe dividir uma mesa de escritório com ninguém, a mesa tem que ser somente dele, não se ganha uma eleição sozinho, e por isso perdeu.
CN - Por que após a cassação o Sr. aderiu ao grupo petista?
Targino Machado - Não quero pautar a minha vida pelo farol sinalizador do interesse pessoal, tenho queixas pessoais de Zé Ronaldo e ACM Neto, eles sabem o motivo. ACM Neto é homem pela metade, por que não tem palavra, o homem se mede pela envergadura pessoal e infelizmente ele é uma figura abjeta, quem o conhece sabe disso, me prometeu, convidou para entrar no partido dele, estava sem partido. Eu disse: não posso ir para seu partido prefeito, por uma razão: o seu partido em Feira tem dono e é Zé Ronaldo, se eu tiver uma votação expressiva em Feira de Santana, quiser ser candidato a prefeito não poderei porque Ronaldo não me dará legenda e ele me disse na presença do atual prefeito de Salvador, Bruno Reis: quem é o presidente do partido, eu ou Zé Ronaldo? Quem manda sou eu, se você tiver musculatura para ser, será. Eu respondi: vamos combinar uma coisa ACM Neto, se você não tiver condição de me dar o partido, me libere para concorrer em outro, ele apertou minha mão e não cumpriu com sua palavra, a pedido de Ronaldo e Colbert, ele mudou de ideia e não fez. ACM Neto é um dos seres mais abjetos que conheço, uma criatura pequena, muito diferente do avô, porque ele tem todos os defeitos do velho ACM, não tem as virtudes. Eu não mudei de lado, fui fiel ao meu lado, que o povo determinou que eu ficasse até o último dia do mandato.
CN - Como está o relacionamento com Carlos Geilson?
Targino Machado - Não apoiei Geilson, estive com ele no início da campanha. Antes de começar a campanha ele me alijou da sua campanha por uma razão. Ele foi a Salvador ao palácio Thomé de Souza com José Ronaldo, negociou com ACM Neto que deixaria de bater, e quem batia era eu. Numa quinta-feira ele surpreendeu a todos na estrutura que eu pagava para fazer as lives, e disse que mudaria o formato das lives, me tirou porque tinha negociado com ACM Neto e Zé Ronaldo em Salvador numa terça-feira. Deixa Geilson para lá porque não quero chutar cachorro morto, minha relação com Geilson tem que ser de bastante distância, até por uma questão de higiene pessoal, não quero contato com esse moço.
CN - Qual a sua avaliação da política nacional?
Targino Machado - Na vida precisamos ter coerência, e a honestidade não deve ser a virtude somente do político, mas de todos. Não quero imaginar que você bolsonarista vota em Bolsonaro e vai escolher outro candidato para votar que não seja João Roma, se não for assim você é um incoerente, não sabe o que significa cidadania, quem vota 13 para presidente da República vota 13 para governador, esse é o princípio da coerência, por isso que acredito na vitória de Jerônimo na eleição da Bahia, a exemplo do que aconteceu com Wagner em 2006, onde Paulo Souto (UB) todas as pesquisas diziam que tinha 60% e na hora o povo dobrou o voto e Jaques Wagner (PT) ganhou no primeiro turno, e, 2014 apresentou Rui Costa, e todo mundo dizendo que iria perder a eleição porque ninguém conhecia, tinha apenas 2% das intenções de voto. O voto na Bahia para governador depende do voto para presidente da república.
Nesta entrevista Targino Machado avalia e critica a gestão de Tarcísio Pedreira prefeito do município de São Gonçalo dos Campos (Solidariedade).
Confira a entrevista na íntegra em nosso podcast.
Reportagem: Luiz Santos e Hely Beltrão
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