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Feira de Santana MPT

Decisão da justiça obriga prefeitura de Feira a cumprir acordo milionário

Valor devido por conta de descumprimento de sentenças

01/06/2022 15h06 Atualizada há 3 anos
Por: Hely Beltrão Fonte: Conectado News
SECOM
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A prefeitura de Feira de Santana concordou com os termos de um acordo com o Ministério Público do Trabalho (MPT) que vai bloquear até 3% da parcela mensal do Fundo de Participação dos Municípios num total de R$92 milhões.

O valor é devido pela prefeitura pelo descumprimento ao longo de mais de uma década de sentença que determina a realização de concurso para preenchimento de postos de trabalho privativos de servidores públicos e que vêm sendo preenchidos de forma irregular por terceirizados e cooperativados. O MPT segue agora com negociações para que o município apresente um cronograma para realização de concursos públicos para preenchimento de vagas que estão hoje ocupadas de forma irregular por contratos com empresas ou cooperativa, mas que são privativos de servidores efetivos.

Os recursos a serem pagos pela prefeitura mensalmente serão depositados em conta judicial a partir deste mês de junho. O MPT vai constituir um Grupo de Trabalho para tratar da aplicação desses recursos, que deverão ser preferencialmente investidos no próprio município de Feira. “Não há ainda uma destinação definida, mas acreditamos que esses recursos precisam voltar para a comunidade que sofreu mais diretamente o dano, que é a própria população da cidade. Vamos levantar as necessidades do município e dialogar com o poder público municipal para que o dinheiro seja aplicado em benefício da comunidade local”, avaliou o procurador-chefe do MPT na Bahia, Luís Carneiro.

A realização de concurso público para contratação de servidores segue como uma obrigação, prevista em lei e reafirmada em sentença judicial, que precisa ser cumprida pelo município. Ainda existe a possibilidade de novas multas em caso de persistência da prefeitura em não realizar processos seletivos, mantendo terceirizados e cooperativados em funções privativas de agentes públicos. O MPT acredita que agora o município sente-se com o órgão para negociar um cronograma efetivo para enfrentar o problema que vem se arrastando há várias gestões. Os R$92 milhões que começam a ser pagos agora são apenas as multas pelo descumprimento da sentença, que permanece em vigor, com a obrigação de fazer concursos.

O acordo que pôs fim a anos de uma ação de execução, na qual o MPT cobra as multas estipuladas em caso de descumprimento de sentença da Justiça, foi fechado na sessão de terça-feira (23/05) do Juízo de Conciliação de 2ª Instância do Tribunal Regional do Trabalho. O procurador do MPT Marcelo Travassos conduziu a negociação, homologada pela juíza Karine Andrade Britto Oliveira. Com a composição, além do precatório destinado a pagar a ação de execução do MPT, foram garantidos os pagamentos para outros 42 credores de dívidas trabalhistas como o município, com valor total de quase R$5 milhões, já que o precatório mais antigo e de maior valor estava bloqueando a liberação dos demais pagamentos.

A ação que deu origem à multa milionária foi ajuizada pelo MPT em 2010 depois que inquérito comprovou a prática ilegal por parte do município de contratação de pessoas para funções exclusivas de servidores públicos por meio de empresas terceirizadas e cooperativas. Em dezembro de 2010, o Tribunal Regional do Trabalho determinou que a prefeitura substituísse os contratos ilegais no prazo de 12 meses, mas desde então a decisão foi ignorada. Em diversos momento o MPT buscou a administração municipal para tentar um acordo que permitisse o cumprimento da sentença, mas não houve por parte de nenhuma das gestões que passaram pela prefeitura qualquer sinal de que os concursos seriam realizados.

Leia mais Procurador do Município esclarece decisão judicial desfavorável a Prefeitura de Feira: "Dívidas de gestões passadas"

Fonte Ministério Público do Trabalho

10 comentários
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Cidadão da FeiraHá 3 anos Feira de SantanaO mais importante é demitir todos os apadrinhados e realizar concursos públicos, assim, os funcionários públicos não vão depender de vereadores, não vão mais ficar debaixo dos pés desses bandidos, o problema é que, não sabemos se isso vai acontecer, pois, o governo corrúpto e vai apelar na justiça pra continuar da bandidagem.
Cidadão da FeiraHá 3 anos Feira de SantanaOs vereadores e secretários, o prefeito, o ex-prefeito, o vice prefeito etc são os donos das vagas de embrego no setor público, isso é no Brasil inteiro. Todas as secretarias estão abarrotadas de funcionários sem qualificação, tudo porque um vereadorzinho quer garantir seu voto e seu apoio na proxima eleição, isso dá grande prejuízo ao município.
ValHá 3 anos Feira de SantanaTem determinação da justiça para chamar os aprovados no concurso da guarda municipal ele não cumpre
WalHá 3 anos Feira de SantanaIsso é cabide de emprego graças a Deus isso caiu
WalHá 3 anos Feira de SantanaEsse prefeito não gosta de cumprir decisão judicial
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