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“A educação na cidade pede socorro”, diz sindicalista sobre a situação da educação em Feira de Santana

Professores estiveram em sessão na Câmara de Vereadores cobraram salários atrasados, entre outros

23/03/2022 16h03 Atualizada há 3 anos
Por: Hely Beltrão Fonte: Conectado News
Edvaldo Peixoto
Edvaldo Peixoto

Professores da rede municipal de ensino de Feira de Santana participaram na manhã desta quarta-feira (23),  de uma sessão na Câmara Municipal de Vereadores, onde puderam reivindicar direitos e melhora nas condições de trabalho. A diretora da APLB Feira de Santana, sindicato que representa a categoria, Marlede Oliveira, em entrevista ao Conectado News, condenou as recentes declarações do prefeito Colbert Martins Filho (MDB):

 “Viemos a Câmara de Vereadores como sempre fazemos, para cobrar dos edis sobre a situação caótica da educação em Feira de Santana. O ano letivo era para ter começado na segunda-feira (21), o que ocorreu, começando pela falta de merenda nas escolas. O prefeito Colbert deu uma declaração infeliz, dizendo que quando era criança, ia para a escola, não tinha merenda e ele conseguiu ser médico. Só que o prefeito Colbert, pertence a uma família de classe média alta, nunca passou fome, nunca voltou da escola para casa e não tinha comida para ele, é diferente do quadro das crianças que temos atualmente, onde temos no Brasil, mais de 12 milhões de pessoas desempregadas. Em nosso município, em plena pandemia, as crianças ficaram 01 ano sem merenda, e durante as eleições, no final de 2020, é que foram distribuídas cestas básicas, e agora no início do ano letivo, não se organiza para no primeiro dia de aula, ter merenda na escola”, disse.

A professora sugeriu o modelo descentralizado de aquisição de merenda, como é feito pelo governo do Estado “O caminhão hoje entrega o frango, o feijão, mas não entrega a cebola, o coentro, o tomate, e só depois de mais de uma semana é que se entrega o tempero. No Estado, é descentralizado, o dinheiro vai direto para a escola, onde a aplicação é fiscalizada pela direção e um tesoureiro. Desta maneira, fica mais fácil, acessível. Isso é algo que temos cobrado do governo municipal, descentralizar a merenda, ou melhorar o processo de centralização. Como a secretaria não programa para começar o ano letivo com merenda?

Marlede Oliveira também criticou as condições de algumas escolas municipais, “não é só merenda, faltam professores, funcionários, cadeiras, material, não tem farda. A cidade este ano receberá 257 milhões de recursos do FUNDEB (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica) e todo mês o FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação) repassa as verbas, então não há justificativa para não ter merenda na escola. Ontem ao visitarmos uma escola, fiquei surpresa, chegou um caminhão, e entregou um pacote de leite e uma garrafinha de vinagre, a merenda em Feira de Santana é centralizada” completou.

A sindicalista disse ainda que a categoria não está em greve, e que tem audiência marcada com Secretária de Educação Anaci Paim quinta-feira às 17hs, e veremos qual será a resposta. "Estamos em estado de mobilização, paralisamos 03 dias. A nossa pauta é sobre o corte do salário que não foi devolvido, salário parcelado, reajuste, que até agora não tivemos resposta. Nós estamos clamando com a comunidade feirense, que a educação na cidade pede socorro”, informou.

Segundo a professora, algumas escolas não iniciaram o ano letivo por falta de funcionários, o que segundo ela, seria um absurdo, finalizou

Reportagem: Edvaldo Peixoto e Hely Beltrão

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