"Todos os servidores penais ficaram sob cárcere privado", afirma Reivon Pimentel

Nesta sexta-feira, (09/10), conforme deliberado em Assembleia Extraordinária da categoria, os Policiais Penais do Conjunto Penal de Feira de Santana, cruzaram os braços e iniciando uma paralisação de 24h,formalizando o ato simbólico de não realização do serviço extraordinário (entrega de horas extras).

O presidente do Sindicato dos Servidores Penitenciários do Estado da Bahia (SINSPEB), Reivon Pimentel, durante entrevista ao site Conectadonews.com.br, falou sobre a motivação da paralisação," é uma paralisação de 24 horas, pelo ato do diretor do Conjunto Penal de Feira de Santana, Capitão da PM Allan Silva Araújo," que no dia 24/09, agiu de forma arbitrária, ilegal, sem nenhum mandado de busca e apreensão, manteve sob cárcere privado todos os servidores penitenciários do Conjunto Penal, principalmente os policiais penais, sob alegação que recebeu uma denúncia anônima que em um dos veículos do interior da unidade havia ilícitos, que seria entregue aos presos, isso constrangeu todos os servidores." afirma Pimentel.

Reivon disse, que foi realizada uma assembleia, deliberando que caso o diretor do Conjunto Penal, Capitão Allan, não se retratasse publicamente em relação ao ato arbitrário e desrespeitoso, a categoria iria parar as atividades por 24 horas.

De acordo com Pimentel, existem outras demandas que não estão sendo cumpridas pela Secretaria de Administração Penitenciária Ressocialização do Estado( SEAP), no que diz respeito a falta de segurança na unidade, um relatório foi feito para ser apresentado aos órgãos fiscalizadores solicitando providências para por fim a situação de insegurança." pois hoje o conjunto penal de Feira é a maior unidade prisional do estado, nós temos cerca de 1. 700, apenados, divididos em 11 pavilhões masculino, 1 mine presídio e 1 pavilhão feminino, para fazer a custódia e assistência as pessoas presas, o efetivo de policial penal não passa de 20, não é suficiente para a demanda.

O conjunto penal não dispõe de câmera de monitoramento, bloqueadores de celulares, instrumentos que facilitariam a vigilância, existe uma série de problemas que vem acontecendo há anos e nada foi feito para resolver.

Procurado pelo site conectadonews.com.br, sobre  a  denuncia do Sindicato dos Agentes Penitenciários o capitão Allan Araújo, nos enviou a seguinte nota, confira na íntegra.

NOTA DE ESCLARECIMENTO

Sobre o fato publicizado pelo Sindicato dos Servidores Penitenciários do Estado da Bahia, referente a suposto assédio moral a servidores do Conjunto Penal de Feira de Santana, a Direção da Unidade Prisional informa que prima pelos princípios que permeiam a gestão pública – a legalidade, a moralidade, a impessoalidade e eficiência - como balizadores das ações adotadas em todas os Atos Administrativos.

Nesse sentido, não se vislumbra conduta ilegal ou imoral por parte da Direção, que, ao recepcionar qualquer informação de suposta irregularidade, possa adotar todas as medidas legais ao seu alcance, com fito na averiguação da denúncia. Isto é mais que uma incumbência, é um dever do Diretor, coibir possíveis atos delituosos e salvaguardar a reputação da SEAP e dos abnegados Servidores Penitenciários que lidam, dia a dia, nesta tão difícil missão – custodiar homens e mulheres privados de liberdade.

Compreendemos que procedimento desta natureza deva ser interpretado como oportunidade de demonstrar à sociedade a transparência e a integridade de todos servidores, fortalecendo assim a luta pela desconstrução de mitos de outrora.

Por fim, a Direção do Conjunto Penal de Feira de Santana reafirma seu compromisso com a categoria dos Servidores Penitenciários, na busca permanente pela melhoria das condições de trabalho, bem como primar pelo continuado processo de valorização desses profissionais.

ALLAN ARAÚJO - CAP PM

DIRETOR

Conectadonews.com.br

Foto:Divulgação