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Política Binho Galinha

Partido suspende deputado Binho Galinha após prisão por chefiar milícia na Bahia

Kleber Cristian Escolano de Almeida passa a ser “sem partido” após a decisão do Partido Renovação Democática (PRD)

15/10/2025 11h12
Por: Mayara Naylanne
Divulgação/AL-BA
Divulgação/AL-BA

O Partido Renovação Democática (PRD) suspendeu a filiação do deputado estadual Kleber Cristian Escolano de Almeida, o Binho Galinha, após ele ser preso por suspeita de chefiar milícia há mais de 10 anos em Feira de Santana.

A informação foi confirmada pela TV Bahia nesta terça-feira (14), 11 dias após a prisão do deputado. Nesta quarta-feira (15) o gabinete de Binho Galinha receberá o comunicado oficial da decisão e o deputado passará a estar “sem partido”.

De acordo com o PRD, a decisão da suspensão de Binho Galinha foi tomada em conjunto e será mantida até que o processo transite em julgado. Ele foi preso no dia 3 de outubro, após passar dois dias considerado foragido. Ele está em uma Sala de Estado-Maior, no Centro de Observação Penal (COP), no Complexo Penitenciário da Mata Escura, em Salvador.

No dia 1º deste mês, agentes que cumpriam mandados durante a operação Estado Anômico prenderam dez pessoas, entre elas o filho e a esposa do deputado, João Guilherme Cerqueira da Silva Escolano e Mayana Cerqueira da Silva.

Na sexta-feira (10) a Assembleia Legislativa da Bahia (ALBA) decidiu pela manutenção da prisão do deputado em votação secreta. Dos 63 deputados da Casa, 53 votaram. Foi registrada uma abstenção, 34 votaram pela manutenção da prisão e 18 pela revogação. Dez deputados não compareceram na sessão. Na quarta-feira (8) o Superior Tribunal de Justiça (STJ) havia decidido manter Binho Galinha preso.

Binho Galinha é apontado como líder de uma organização criminosa com atuação principalmente em Feira de Santana. Segundo o Ministério Público da Bahia (MPBA), o grupo adota práticas semelhantes às de milícias e é investigado por crimes como lavagem de dinheiro, obstrução da Justiça, jogo do bicho, agiotagem, receptação qualificada, comércio ilegal de armas, usurpação de função pública, embaraço a investigações e tráfico de drogas.

O advogado de defesa Gamil Föppel considera a prisão preventiva inconstitucional. Ele defendeu Binho Galinha na reunião da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da ALBA na quarta-feira (8) e na votação de sexta (10), argumentando que não houve situação de flagrante e que o parlamentar não poderia ter sido preso, segundo define a Constituição Federal e Estadual.

Substituição de Binho Galinha na ALBA

Em caso de cassação de Binho Galinha, o suplente Josafá Marinho (Patriota) pode voltar a ocupar uma cadeira na Assembleia. Em 2020 ele assumiu o mandato após a cassação do deputado Pastor Tom (PSL). Atualmente, Josafá é diretor técnico da Bahia Pesca.

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