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Feira de Santana Arrastão

Tema “Arrastão da Micareta” movimenta programa Levante a Voz Debates, neste sábado (11)

O vereador Luiz Augusto (Lulinha) defendeu a oficialização do Arrastão, destacando seu caráter popular e social.

11/10/2025 12h27 Atualizada há 2 horas
Por: Mayara Naylanne Fonte: Conectado News
Mayara Naylanne
Mayara Naylanne

Na manhã deste sábado (11), o programa Levante a Voz Debates, da Rádio Sociedade News, discutiu um tema que tem gerado grande repercussão em Feira de Santana: a existência ou não do “Arrastão” na segunda-feira de Micareta.

Participaram da mesa o empresário e produtor de eventos Antônio Dyggs, o vereador Lulinha da Conceição (autor do projeto de lei que propõe tornar o Arrastão parte oficial do calendário da festa) e o vereador Galeguinho SPA. O debate foi mediado pelo comunicador Luiz Santos.

O valor cultural do Arrastão

O vereador Luiz Augusto (Lulinha) defendeu a oficialização do Arrastão, destacando seu caráter popular e social.“Participo há três anos dessa festa criada pelo cantor Tiago Aquino, que já virou tradição. É uma oportunidade para comerciantes e trabalhadores que não conseguiram curtir a Micareta durante os dias oficiais. É um momento de alegria, de homenagem aos garis, motoboys e a quem vive o cotidiano da cidade. Não vejo prejuízo algum ao comércio, pois acontece entre 8h e 11h, quando a maioria das lojas ainda está fechada”, afirmou.

Já o produtor de eventos Antônio Dyggs fez uma correção histórica e ressaltou a necessidade de diálogo antes de oficializar o evento.“Tiago Aquino tocou no Arrastão, mas não foi o criador. A festa tem crescido, mas estamos vivendo um momento de reformulação da Micareta, que passará de abril para novembro em 2026. Essa mudança exige responsabilidade e foco. Ninguém é contra o Arrastão, mas é preciso discutir com todos os setores. A Micareta de 2026 precisa ser exemplar, sem improvisos”, explicou.

O vereador Galeguinho SPA destacou o papel cultural da Micareta e defendeu planejamento com antecedência.“Feira de Santana é pioneira em Micareta e tem um celeiro de artistas. Porém, precisamos tratar a festa com um ano de antecedência, como acontece com o Carnaval de Salvador. Só assim poderemos corrigir erros e valorizar nossos artistas e a cultura local”, afirmou.

Durante o debate, Dyggs criticou o fato de o projeto ter avançado sem ampla consulta às entidades culturais e de eventos. Ele também comentou declarações anteriores do vereador Lulinha.

“Fiquei surpreso ao ver o vereador dizer que ficou chateado com nossa reunião com o prefeito. Não tínhamos obrigação de consultá-lo antes. Estávamos representando diversos segmentos — produtores, bandas, movimentos culturais — e chegamos ao consenso de que o foco em 2026 deve ser a Micareta, sem o Arrastão naquele ano”, disse.

Lulinha rebateu, afirmando que o povo deveria ter sido ouvido.“O Arrastão já virou parte da cultura de Feira. Decidir acabar com ele sem ouvir a população é um erro. O projeto foi aprovado em primeira votação por unanimidade e não gera custo ao município. É uma festa curta, de três horas, e não prejudica o comércio”, argumentou.

Galeguinho SPA ponderou os impactos econômicos.“Sou a favor de festas, mas desde que não prejudiquem o comércio. Feira de Santana respira comércio, e segunda-feira é o dia mais produtivo para os lojistas. Um evento nesse dia pode causar transtornos no trânsito e perdas nas vendas”, afirmou.

Oficialização do evento divide opiniões

Questionado se a oficialização fortaleceria a Micareta, Lulinha reafirmou sua defesa da proposta.“Fortalece sim, porque democratiza o acesso. Hoje a Micareta é muito privatizada, e o Arrastão permite que o povo, que não pode pagar camarote, tenha seu momento de festa. Não prejudica o comércio, e ocorre quando as lojas ainda estão fechadas”, disse.

Antônio Dyggs discordou e afirmou que o vereador desconhece o formato atual da festa.“Não existem mais camarotes com atrações em Feira. Todas as bandas tocam para o povo, gratuitamente. Dizer que o Arrastão é a única oportunidade de curtir sem pagar é falso. A Micareta já é 100% popular”, afirmou.

Galeguinho SPA voltou a enfatizar o custo da ampliação da festa.“Dizer que não há custo é irreal. Segurança, limpeza e estrutura pública geram despesas. Feira não é uma cidade turística; vivemos do comércio. É preciso equilíbrio entre cultura e economia”, ponderou.

Na tréplica, Lulinha lembrou que o próprio Galeguinho é autor da lei que criou o Esquenta Micareta, evento extra que também ocorre antes da festa principal:

“Se for assim, vamos acabar também com o Esquenta Micareta, que é um dia a mais de festa. Essa lei é do próprio Galeguinho”, provocou.

O debate terminou com a promessa de novas discussões e a sugestão de uma audiência pública para ouvir comerciantes, artistas e representantes culturais sobre o futuro do Arrastão.

“É um tema que precisa ser debatido com calma, respeitando todos os lados — o da cultura, o do comércio e o do povo que faz a Micareta acontecer”, concluiu o mediador Luiz Santos.

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