Por Hely Beltrão
A inspetora da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Michele Alencar, 44 anos, presa em flagrante, no domingo (5), acusada de cometer injúria racial contra um capitão da Polícia Militar, durante uma partida de futebol, em Feira de Santana, foi liberada para responder em liberdade, após audiência de custódia ocorrida nesta segunda (6). O vereador Silvio Dias (PT), que é presidente do Sindicato dos Policiais Rodoviários Federais no Estado da Bahia, ao ser indagado a respeito do relaxamento da prisão da inspetora, disse que não havia elementos que justificassem a manutenção da prisão e afirmou que Michele é uma profissional de excelente conduta.
"É um fato lamentável que foi registrado no domingo (5), envolvendo duas pessoas, pais que acompanhavam um jogo de futebol infantil, em um determinado momento, houve uma agressão verbal que resultou em uma grande confusão com agressão física, envolvendo várias pessoas presentes, é o que se vê em diversos vídeos que circulam pelas redes sociais, diversas pessoas se agredindo mutuamente. É bom destacar, que em um destes vídeos, a inspetora Michele aparece tentando acalmar e tentando tirar algumas pessoas da confusão, a situação foi levada a Polícia Civil, a inspetora prestou depoimento na condição de vítima, para registrar a agressão, onde ficou sabendo que existia uma denúncia de racismo".
Segundo Dias, Michele nega veemente ter proferido ofensas rascistas contra o PM e que o próprio Ministério Público da Bahia (MPBA) foi favorável à soltura.
"Ela nega e diz que não proferiu nenhuma palavra de cunho racista, que não é de sua índole, a inspetora Michele é uma profissional da mais alta qualidade, de conduta ilibada, mãe de família exemplar, uma pessoa que tem contribuído bastante com a segurança pública e com a nossa sociedade, ou seja, não existem fatos que desabonem a sua conduta. Ela relata que se surpreende com a denúncia, nisso o sindicato entra na questão fazendo a defesa técnica, colaborando para que os fatos se esclareçam. Na manhã desta segunda (6), aconteceu a audiência de custódia, membros do Ministério Pública da Bahia (MPBA) reconhecem não haver elementos que justifiquem a manutenção do flagrante, foi pedido o relaxamento da prisão, nos autos do inquérito constam que foram ouvidas 6 pessoas, sendo 3 de cada lado, incluindo os protagonistas do fato, e foi entendido que não há elementos de materialidade que comprovem o crime, isso foi dito pelo MPBA e acolhido pela juíza do caso, que entendeu pelo relaxamento da prisão. Agora vamos aguardar a conclusão do inquérito, inclusive, existem testemunhas que ainda não foram ouvidas no procedimento inicial, apresentadas pela inspetora Michele, com as novas oitivas, esperamos que tudo se esclareça e no processo, onde exista a ampla defesa tenhamos os fatos conhecidos de todos".
O presidente diz também, que a inspetora está abalada emocionalmente com o linchamento virtual que tem sofrido nas redes.
"O que temos é uma mulher que teve a sua imagem exibida nas redes de forma constante, está muito abalada emocionalmente, ao ver sua vida mudar completamente, o sindicato enquanto instituição, fará a sua defesa, mas, para além disso, vem a público dizer, que a inspetora tem uma conduta que nos leva a entender que os fatos não ocorreram conforme foram registrados, houve um ruído, uma interpretação mal feita. O segundo ponto que destaco, é que no momento do fato, não foram ali dois policiais, mas, duas pessoas que participavam de um evento público, dois cidadãos comuns, que em nenhum momento fizeram menção de sua função profissional. Agora nossa função como sindicato, é aguardar o processo, para que tenhamos o esclarecimento completo do que aconteceu", concluiu.
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