Uma denúncia anônima recebida pela redação do Conectado News aponta que as empresas de transporte coletivo Rosa e São João, que operam linhas na cidade de Feira de Santana, estariam supostamente incentivando e pressionando cobradores e cobradoras a pedirem demissão voluntariamente. A medida viria acompanhada da promessa de um ano de plano de saúde e ticket alimentação pagos pelas empresas.
Segundo o denunciante, a proposta teria como objetivo retirar gradualmente a função de cobrador dos ônibus da cidade, o que estaria ocorrendo sem planejamento, sem treinamento adequado e, possivelmente, de forma irregular.
A denúncia também aponta que há uma divisão interna no sindicato da categoria: uma parte estaria tentando defender os trabalhadores, enquanto outra estaria alinhada aos interesses dos empresários e da gestão municipal.
Ainda segundo o relato, os cobradores estão sendo orientados, nos bastidores, a pedir demissão até uma data-limite: 19 de setembro. A promessa seria de que, ao pedir desligamento voluntário, os profissionais teriam garantido um ano de benefícios. No entanto, após esse período, não haveria mais possibilidade de retorno ao cargo.
Motoristas assumindo função de cobradores
Com a redução do número de cobradores, os motoristas estariam sendo orientados a acumular também a função de cobrança de passagens, o que pode configurar desvio de função. A prática levanta preocupações sobre segurança viária, sobrecarga de trabalho e legalidade trabalhista.
"Dirigir um ônibus cheio já exige total atenção. Adicionar a tarefa de cobrar passagens, lidar com troco e ainda preencher relatórios diários pode comprometer a segurança de todos", afirma o denunciante.
Além disso, muitos motoristas relatam não ter recebido treinamento específico para acumular as funções, e há queixas de que a maior parte dos usuários ainda utiliza dinheiro em espécie, o que torna inviável uma operação exclusivamente digital ou automatizada.
A denúncia também chama atenção para a falta de acesso a apoio jurídico por parte dos trabalhadores, que temem represálias caso busquem orientação legal ou denunciem formalmente a situação.
A pressão emocional e o risco de perder o emprego têm levado muitos motoristas e cobradores a aceitarem as condições impostas pelas empresas, mesmo sem respaldo legal ou sindical claro.
Linhas como as do bairro Condé, Artemia Pires e Jardim Brasil foram citadas como exemplos de itinerários com alto volume de passageiros, onde a função de cobrança adicional se torna ainda mais difícil para os motoristas. Segundo o relato, nessas linhas, os ônibus costumam circular superlotados em horários de pico, aumentando os riscos de erro, atrasos e acidentes.
O que dizem os envolvidos:
Até o momento, a reportagem não conseguiu contato com as empresas Rosa e São João, nem com representantes do sindicato ou da Prefeitura de Feira de Santana. O espaço segue aberto para posicionamentos oficiais.
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