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Feira de Santana Casos de ISTs

Aumento de casos de ISTs e desafios no tratamento de HIV em Feira de Santana

Ela enfatizou que a maior dificuldade não é a falta de medicamentos, mas sim a questão do acompanhamento médico.

14/08/2025 10h05
Por: Mayara Naylanne
Crédito: Divulgação
Crédito: Divulgação

Em Feira de Santana, o número de casos de ISTs e HIV/AIDS tem apresentado aumento, segundo relatos de especialistas e da Associação de Familiares, Amigos e Pessoas Vivendo com HIV/AIDS. A entidade, presidida por Josefa Farias do Santos, oferece apoio e orientação a pessoas soropositivas, além de alertar para as dificuldades enfrentadas no acesso a tratamento, medicamentos e exames, fatores que comprometem a qualidade de vida dos pacientes.

Dona Josefa, paciente e membro da associação, relatou a realidade do tratamento na cidade. "Na gestão anterior, tivemos muitas dificuldades, inclusive com a falta de médicos. Foram momentos de confusão, que chamaram muita atenção da população. Hoje, neste ano, não falo do atual prefeito, porque ele começou agora e gosto dele, mas a medicação está entrando em ordem e os exames de sangue, como carga viral, estão disponíveis. O problema que tivemos no início do ano foi que os profissionais ficaram afastados por quatro meses. Durante esse período, quem cuidava da limpeza do posto eram os próprios coordenadores, e o apoio vinha de quem estava disponível, incluindo a administração e técnicos."

Ela enfatizou que a maior dificuldade não é a falta de medicamentos, mas sim a questão do acompanhamento médico. "O tratamento em si não é o problema, mas o acompanhamento médico sim. São muitos pacientes para poucos médicos. Hoje temos mais de 5 mil pacientes, fora aqueles que fazem o exame e se deslocam para outras cidades por medo do preconceito, que ainda é muito forte. Lutamos há anos por estrutura adequada no posto de saúde, mas o local ainda deixa a desejar. É inaceitável que, com tantos pacientes, ainda usemos prontuários em papel, sujeitos a estragos pela chuva, sem um sistema digitalizado. Felizmente, agora estão organizando essa digitalização."

Dona Josefa também ressaltou a importância do apoio humano e da solidariedade. "O que falta mesmo é amor e respeito às pessoas que vivem com HIV. A associação funciona entre os próprios pacientes. Nossa colaboradora Giuseppa é a que mantém o contato, orienta e dá suporte, porque muitos têm medo de se expor. Este ano pretendo me dedicar novamente à associação, organizar melhor e continuar lutando, porque uma andorinha só não faz verão."

A Associação de Familiares, Amigos e Pessoas Vivendo com HIV/AIDS segue atuando em Feira de Santana, apoiando pacientes e buscando melhorias na estrutura e no atendimento de saúde, em parceria com autoridades municipais, mas ainda enfrenta desafios significativos para garantir qualidade de vida e dignidade aos pacientes.

Por: Mayara Nailanne

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