Feira de Santana vai sediar, em 2025, a maior edição já realizada do SIDEM – Congresso Internacional de Desastres em Massa, projeto idealizado na Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), que se consolidou como referência mundial em treinamentos de emergência e integração de instituições em cenários de crise.
O congresso, que ocorre desde 2014, já chamou atenção internacional por sua proposta inovadora de unir forças de segurança, serviços de emergência e a sociedade civil em simulações realistas e discussões técnicas sobre desastres. A edição deste ano contará com representantes de cinco países: Emirados Árabes Unidos, Portugal, França, Paraguai e Holanda, todos interessados em conhecer de perto a metodologia desenvolvida na cidade baiana.
“Feira de Santana não foi escolhida por acaso. Foi aqui que tudo começou. O SIDEM é um projeto criado pela UEFS, que uniu forças para pensar ações concretas diante de desastres em massa. Com o tempo, o mundo passou a nos observar e agora vêm até aqui para aprender com a nossa experiência”, explica o idealizador do congresso, Genson Marques.
O tema deste ano será “guerra”, abordado não apenas sob a perspectiva de conflitos armados entre países, mas também em contextos urbanos, como enfrentamentos entre grupos armados e forças policiais. A proposta é preparar profissionais e gestores públicos para agir de forma estratégica em situações de crise, minimizando danos e salvando vidas.
“Estamos falando de cenários críticos que envolvem desde conflitos internacionais até confrontos urbanos. Precisamos treinar, simular, testar nossos equipamentos e avaliar se estamos realmente prontos para situações que muitos consideram improváveis – até o dia em que acontecem”, alerta Genson.
Segundo o organizador, o Brasil ainda enfrenta limitações em relação ao seu poderio bélico quando comparado a potências como Estados Unidos, Rússia ou China. No entanto, ele destaca a necessidade urgente de investimentos em segurança, equipamentos e treinamentos, inclusive em níveis estadual e municipal.
“O Brasil tem capacidade de defender seu território, mas com limitações. A gente não tem a quantidade de aeronaves e armamentos desses grandes países. Precisamos investir mais, principalmente porque a criminalidade está se sofisticando. Quem está do lado do bem precisa estar mais preparado que o lado do mal”, afirma.
Genson também chama atenção para os riscos atuais, citando tensões internacionais e ameaças que podem vir mesmo de países sem fronteira com o Brasil. “Com a tecnologia de hoje, como drones e ataques à distância, nenhum país está totalmente fora de risco. Veja o caso recente entre Irã e Israel, que não têm fronteiras diretas. O Brasil precisa estar atento, por exemplo, à situação na Venezuela, que pode representar um ponto de tensão.”
A proposta de tornar Feira de Santana um polo global de formação em desastres se fortalece a cada edição do SIDEM. Com dez anos de trajetória, o evento já impactou profissionais do Brasil inteiro e agora ganha relevância internacional.
“Se alguém no mundo quiser fazer um treinamento de alto nível para desastres, que venha para Feira de Santana. Nosso objetivo é transformar a cidade em um ponto de referência internacional nesse tipo de formação”, conclui Genson Marques.
Com informações: Onildo Rodrigues
Por: Mayara Nailanne
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