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Feira de Santana Desastres em Massa

Feira de Santana sedia maior edição do Congresso Internacional de Desastres em Massa (SIDEM)

Evento reunirá representantes de cinco países para debater estratégias em situações críticas, com foco no tema “guerra” em seus múltiplos contextos

07/08/2025 15h21 Atualizada há 4 dias
Por: Mayara Naylanne
Crédito: Divulgação
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Feira de Santana vai sediar, em 2025, a maior edição já realizada do SIDEM – Congresso Internacional de Desastres em Massa, projeto idealizado na Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), que se consolidou como referência mundial em treinamentos de emergência e integração de instituições em cenários de crise.

O congresso, que ocorre desde 2014, já chamou atenção internacional por sua proposta inovadora de unir forças de segurança, serviços de emergência e a sociedade civil em simulações realistas e discussões técnicas sobre desastres. A edição deste ano contará com representantes de cinco países: Emirados Árabes Unidos, Portugal, França, Paraguai e Holanda, todos interessados em conhecer de perto a metodologia desenvolvida na cidade baiana.

“Feira de Santana não foi escolhida por acaso. Foi aqui que tudo começou. O SIDEM é um projeto criado pela UEFS, que uniu forças para pensar ações concretas diante de desastres em massa. Com o tempo, o mundo passou a nos observar e agora vêm até aqui para aprender com a nossa experiência”, explica o idealizador do congresso, Genson Marques.

O tema deste ano será “guerra”, abordado não apenas sob a perspectiva de conflitos armados entre países, mas também em contextos urbanos, como enfrentamentos entre grupos armados e forças policiais. A proposta é preparar profissionais e gestores públicos para agir de forma estratégica em situações de crise, minimizando danos e salvando vidas.

“Estamos falando de cenários críticos que envolvem desde conflitos internacionais até confrontos urbanos. Precisamos treinar, simular, testar nossos equipamentos e avaliar se estamos realmente prontos para situações que muitos consideram improváveis – até o dia em que acontecem”, alerta Genson.

Segundo o organizador, o Brasil ainda enfrenta limitações em relação ao seu poderio bélico quando comparado a potências como Estados Unidos, Rússia ou China. No entanto, ele destaca a necessidade urgente de investimentos em segurança, equipamentos e treinamentos, inclusive em níveis estadual e municipal.

“O Brasil tem capacidade de defender seu território, mas com limitações. A gente não tem a quantidade de aeronaves e armamentos desses grandes países. Precisamos investir mais, principalmente porque a criminalidade está se sofisticando. Quem está do lado do bem precisa estar mais preparado que o lado do mal”, afirma.

Genson também chama atenção para os riscos atuais, citando tensões internacionais e ameaças que podem vir mesmo de países sem fronteira com o Brasil. “Com a tecnologia de hoje, como drones e ataques à distância, nenhum país está totalmente fora de risco. Veja o caso recente entre Irã e Israel, que não têm fronteiras diretas. O Brasil precisa estar atento, por exemplo, à situação na Venezuela, que pode representar um ponto de tensão.”

A proposta de tornar Feira de Santana um polo global de formação em desastres se fortalece a cada edição do SIDEM. Com dez anos de trajetória, o evento já impactou profissionais do Brasil inteiro e agora ganha relevância internacional.

“Se alguém no mundo quiser fazer um treinamento de alto nível para desastres, que venha para Feira de Santana. Nosso objetivo é transformar a cidade em um ponto de referência internacional nesse tipo de formação”, conclui Genson Marques.

Com informações: Onildo Rodrigues

Por: Mayara Nailanne

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