Iago Andrade, de 29 anos, morador de Santo Antônio de Jesus, viveu um verdadeiro pesadelo ao ser preso injustamente no último dia 18 de junho. O jovem, que trabalha em um escritório de contabilidade no centro da cidade, foi surpreendido por policiais à paisana ao sair do trabalho, por volta das 18h20. Sem ter ciência de qualquer acusação, ele foi informado de que havia um mandado de prisão expedido contra ele, por suposto envolvimento com organizações criminosas.
A prisão de Iago ocorreu por conta de um chip de celular cadastrado em seu nome, na cidade de Foz do Iguaçu, no Paraná, que estava sendo utilizado por criminosos para articular diversos crimes, entre eles homicídio e tráfico de drogas. O mandado foi expedido na cidade de Iguaí, no sul da Bahia, após o número ser vinculado a crimes ocorridos em Ibicuí. Iago afirma que nunca esteve em Foz do Iguaçu e desconhecia completamente a existência do chip.
"Eu não fazia ideia de que havia esse chip em meu nome. Nunca estive em Foz do Iguaçu, nunca tive qualquer envolvimento com crime. No dia da prisão, só me explicaram rapidamente sobre o mandado e me levaram para a delegacia", relatou.
Detido por oito dias, Iago só conseguiu provar sua inocência graças à atuação de seus advogados e ao apoio da família. Foram reunidas provas como registros de ponto no trabalho, imagens de câmeras de segurança e depoimentos de colegas. Além disso, segundo ele, a análise do conteúdo do seu celular pela própria polícia ajudou a comprovar que não havia qualquer ligação com atividades criminosas.
O pai de Iago, Ricardo Andrade, expressou a dor e a revolta da família. "Meu filho é um menino de paz, de casa para o trabalho e do trabalho para casa. Inclusive, no dia da prisão, ele ia levar meu neto a uma festinha do colégio. É um absurdo ele ter sido preso por conta de um erro tão grave. Ver meu filho algemado foi uma das piores dores que já senti", desabafou.
A família já acionou a Justiça e pretende buscar reparação. Segundo Ricardo, além de medidas legais contra a operadora que cadastrou o chip de forma irregular, os advogados também estudam ações contra o Estado. "O mínimo que esperamos é uma retratação. Não é só sobre dinheiro, é sobre honra, dignidade. Ele passou por humilhação, desenvolveu crises de ansiedade, precisou ser medicado. Tudo isso por algo que ele nunca fez", afirmou.
Iago reforça que sua maior dor foi a exposição e a injustiça sofrida. "A vergonha de ser preso no centro da cidade, sendo inocente, é algo que nunca vou esquecer. Espero que o Estado reconheça o erro e se retrate. Isso não pode acontecer com mais ninguém."
Com informações: Antonio Carlos
Por: Mayara Nailanne
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