Por Luiz Santos e Hely Beltrão
Um Projeto de Lei (PL) tem dado o que falar em Salvador. Trata-se do PL nº 243/2022, que institui o “Dia Municipal da Visibilidade das Profissionais do Sexo”, proposição da vereadora Marta Rodrigues (PT), irmã do governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT). A proposta está sob análise da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara Municipal da capital, aguardando designação para votação no plenário.
Caso seja aprovado, será comemorado no dia 2 de junho, em referência ao Dia Internacional das Prostitutas, data escolhida em memória ao protesto realizado em 1975, quando cerca de 150 prostitutas ocuparam a Igreja Saint-Nizier, em Lyon, França, para denunciar a repressão policial e reivindicar direitos básicos.
Em Feira de Santana, estivemos em um ponto bastante conhecido da cidade, o Beco da Energia, para saber o que pensam a respeito. Uma mulher que preferiu não se identificar, disse ao Conectado News, que é uma justa homenagem. Essa mulher diz ter atuado como profissional do sexo há mais de 50 anos no local e está aposentada há 20 anos.
"Estou aqui há mais de 50 anos, comecei como garota de programa, hoje sou empreendedora. Sobre o dia da prostituta: claro que sim, existe dia para todos, até para os cornos, porque não pode ter o dia das garotas de programa? Eu comecei por que na época não tinha opção de trabalho, fui mãe solo aos 16 anos e tive que me virar para cuidar da minha família. Já me aposentei há mais de 20 anos".
Uma outra mulher, que também preferiu não se identificar, disse que é garota de programa há 3 anos por necessidade, pois antes, teve um relacionamento com um homem que a engravidou e não quis assumir mas, não aconselha ninguém a seguir a profissão.
"Atuo na profissão há 3 anos, a necessidade me levou a escolher essa vida, tenho 1 filho para sustentar. O programa atualmente está custando entre R$ 120 a 130 reais, chego a fazer entre 3 a 4 por dia, de segunda à sábado. Não recomendo, entrei porque precisava muito, por conta do meu filho, que era muito pequeno na época. É um trabalho muito discriminado, as pessoas ainda tem bastante preconceito".
Sr. Elísio é frequentador assíduo do local. "Há muito que trabalho no Centro de Abastecimento e passo sempre por aqui, tomo uma aqui de vez em quando".
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