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“O governo não abre mão de suas prerrogativas”, diz líder do governo na Câmara sobre reivindicação dos feirantes da Marechal

Feira de Santana

13/05/2025 10h39 Atualizada há 4 meses
Por: Hely Beltrão Fonte: Conectado News
Luiz Santos
Luiz Santos

Por Luiz Santos e Hely Beltrão

Os feirantes da Marechal Deodoro, tradicional feira livre de Feira de Santana, estiveram na Câmara de Vereadores na manhã desta terça (13) para reinvindicar melhores condições de trabalho após a Prefeitura divulgar na edição do Diário Oficial do Município (DOM), do dia 07 de maio, a licitação para obtenção de barracas desmontáveis para os comerciantes da localidade.

Os feirantes que concederam entrevista ao Conectado News foram unânimes em dizer que este modelo de barraca não atendem às suas necessidades, a exemplo de Edineide Ribeiro Santos.

"Não sabemos que projeto é esse, só se o que eles querem aplicar é da gestão anterior, porque na administração José Ronaldo (UP) não foi apresentado nenhum projeto de padronização de barracas aos feirantes da Marechal. Queremos saber qual modelo de barraca será adotada, porque de acordo com o edital lançado esta semana pela Prefeitura, a barraca não serve, precisamos dialogar com o prefeito sobre isso, porque a nossa feira é permanente, precisa de uma estrutura boa que aguente peso e suporte às nossas mercadorias. O edital foi publicado, já tem a data da licitação, mas não houve diálogo, estivemos com o secretário de Agricultura e Recursos Hídricos, Silvaney Araújo no início do mês de abril, pedimos uma cópia do projeto para analisar juntamente com os trabalhadores, mas não nos foi entregue,  nem mesmo na sede da Secretaria ele tinha o projeto para mostrar". 

A senhora Aires Maria de Jesus, disse à nossa reportagem que além de uma barraca que atenda às necessidades dos feirantes, também é necessário um local limpo e organizado.

"Trabalho na Feira da Marechal há pouco mais de 02 anos, essas barracas tem que suportar o peso de nossas mercadorias, que feche, para ninguém roubar, se for frágil não vai aguentar, uns feirantes tem mais mercadorias que outros, queremos um diálogo com o prefeito para que ele entenda o nosso lado, pois além de uma boa barraca, precisamos de organização, um local limpo, tudo organizado, a fim de causar uma boa impressão para quem vem de fora". 

Segundo Adailton Gomes, entre fixos e ambulantes, existem aproximadamente 500 comerciantes na vendem na feira da Marechal.

"Queremos um diálogo com o poder público, se sentarmos para conversar, ficará bom para todos, mas, fazer uma barraca de qualquer jeito, onde não tivemos acesso ao projeto, a nossa feira é permanente, essas barracas não são viáveis,  barraca de lona para quem vai trabalhar com peso e de montar e desmontar? Não tem como, a feira da Marechal é feita por mulheres trabalhadoras, não tem nem 50 homens no meio da feira. Feirantes fixos temos aproximadamente 300, indiretos, entre 400 a 500, se contarmos com quem vende geladinho, amendoim, milho cozido, entre outros".

Sônia de Jesus Santos é estudante da UFRB (Universidade Federal do Recôncavo), feirante desde a barriga da mãe  e vice presidente da Feira da Marechal. Segundo ela, é preciso dar condições dignas de trabalhos aos feirantes da Marechal.

Sônia de Jesus Santos - Foto: Luiz Santos

"Trabalho na feira da Marechal desde a barriga da minha mãe, que começou a vender no Centro da cidade, no espaço onde hoje é a praça de alimentação e antes do Centro de Abastecimento, depois que a feira foi expandindo e o povo começou a vender na feirinha da Marechal. Atualmente sou vice-presidente da Associação da Feira da Marechal, sou estudante da UFRB, isso tudo por ter me vinculado a uma feira Itinerante da UEFS (Universidade Estadual de Feira de Santana). Entendo um pouco do que é uma feira, as barracas tem que ser padronizadas, organizadas, não adianta botar uma barraca de lona, que não resiste ao vento e ao sol, tem que ser de um modelo que ampare e dê dignidade aos feirantes".

Segundo o líder do governo na Câmara, o vereador José Carneiro Rocha (UP), o governo manterá o diálogo, mas não abrirá mão de suas prerrogativas.

Líder do governo na Câmara, vereador José Carneiro Rocha - Foto: Luiz Santos

"O governo tem se reunido e discutido essa questão com os representantes dos feirantes da Marechal Deodoro, inclusive acompanhado na última reunião do  vereador Professor Ivanberg (PT), nos reuniremos novamente nesta terça (13) com o secretário de Agricultura Silvaney Araújo, para discutir esse assunto. A questão é que o governo municipal disponibilizará barracas padrão para todos os feirantes, idênticas àquelas que o governo do estado forneceu nas feiras livres, um modelo desmontável, os feirantes reivindicam uma barraca fixa, onde talvez até sirva para dormir, não é o caso, o governo não tem interesse de maneira alguma de transformar a Marechal Deodoro na Sales Barbosa de outrora, queremos sentar, dialogar e encontrar uma solução para que não haja desgaste, porém, o governo tem suas prerrogativas e não abre mão delas, todas as reivindicações serão analisadas, debatidas e tem que ter bom senso de todos os lados, ouvimos a presidente da associação fazer imposição, que deve ser do jeito que eles querem, não é assim, isso não vai acontecer", concluiu.

De acordo com o secretário de Agricultura e Recursos Hídricos, Silvaney Araújo, haverá a padronização de outras feiras no município.

Secretário de Agricultura e Recursos Hídricos, Silvaney Araújo - Foto: Onildo Rodrigues

"Sim, houve o diálogo junto com a associação, onde discutimos que seria adotado o modelo barraca tabuleiro, mesmo padrão das fornecidas pelo governo do Estado e federal. O nosso maior objetivo é cuidar daquele espaço e dar o valor que ele merece, a Marechal Deodoro não é só uma feira, ali existem famílias, uma tradição, uma história, podem ter certeza, de que tudo que for feito, ouviremos o povo. Serão feitas outras licitações, com o intuito de padronizar outras feiras no município".

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