A Santa Casa de Feira de Santana -Bahia, uma das principais unidades transplantadoras de órgão do Estado, alcançou o marco de 400 transplantes renais. As cirurgias foram realizadas no período entre 2015, quando foi implantado o serviço, e janeiro de 2024.
Em entrevista ao Conectado News nesta quinta-feira 8, o médico cardiologista e Diretor técnico HDPA (Hospital Dom Pedro de Alcântara, Edval Gomes falou sobre a importância dos transplantes realizados.
"É motivo de alegria e orgulho para o nosso município, aqui em Feira de Santana temos um serviço de excelência, que executa há tantos anos um serviço de tamanha importância, alcançarmos 400 transplantes, indica que alcançamos o nosso objetivo, estamos nele, temos executado, persistido, com bons resultados, pacientes têm sido operados diuturnamente, de segunda a segunda, de janeiro a janeiro, pessoas estão saindo do nosso hospital bem e felizes, não digo curadas, mas com a perspectiva de vida completamente diferente daquela que tinha", diz Edval Gomes.
CN: Como é feito o acompanhamento pós cirurgia?
Dr. Edval Gomes:Uma vez que o paciente tem alta após se submeter ao transplante, passa a ser acompanhado no consultório, a nossa assistente social faz os agendamentos, no início, precisa vir com mais frequência, porque passarão a utilizar uma série de remédios que fazem a imunidade baixar um pouco para que o corpo tolere o transplante, não esqueçamos que não é um órgão do paciente, mas externo, por isso é necessário o uso de medicações para que o corpo aceite e permaneça aceitando com o passar do tempo, inicialmente, uma semana, 30 dias, 02, 03 meses, assim vai, até que venha periodicamente para dar manutenção.
CN: Lista para transplantes?
Dr. Edval Gomes: Existe uma fila única no Estado que é gerenciada pela Secretaria Estadual de Saúde (SESAB), o órgão entra nessa fila única, é feita a avaliação do tipo de sangue do paciente doador, padrão imunológico desse órgão, é como se fosse uma chave e fechadura, se temos a fechadura que é esse órgão que apareceu, veremos se tem alguém que tem a chave que permita acoplar, então pegamos aquela fila e vemos verificando. O primeiro consegue receber? Se não, passamos para o segundo, terceiro, até encontrar alguém que se encaixa, quando isso acontece, essa pessoa é convidada a participar, às vezes ela está pronta. Se ligarmos às 3 hs informando que surgiu um órgão, dizemos: Você topa fazer? Às vezes a pessoa diz que não pode, mas se aceitar, imediatamente ela arruma as coisas e vem para Feira de Santana, independente de onde estiver e se direciona para o hospital a qualquer hora do dia, a nossa equipe fica aguardando, já preparamos o centro cirúrgico, laboratório e equipe multiprofissional, e aguardamos a chegada do paciente para que faça os exames de admissão e seja submetido ao transplante.
Questão do tipo sanguíneo
O tipo sanguíneo influencia, às vezes você tem um tipo de sangue que facilita o recebimento de um órgão ou dificulta, são essas questões particulares que fazem um paciente ter mais facilidade ou mais dificuldade.
CN: Fila de espera?
Dr. Edval Gomes:Temos uma fila com centenas de pacientes, é uma fila grande, o transplante renal graças a Deus é uma política que pode ser ampliada, mas é algo consolidado no Estado a história de transplante renal na Bahia é muito longo e de grande sucesso, podemos aumentar, não há dúvidas, um limitador é doação de órgão, é preciso estimular com campanhas, orientação e comunicação a doação de órgãos ajuda, porque não apenas uma questão de hospitais e equipes preparadas, se não tiver o órgão não conseguimos executar, temos uma quantidade de negativas de doação de órgãos muito alta em nosso estado, isso quer dizer que temos capacidade de avançar muito mais, com campanhas educativas e o papel da imprensa nesse aspecto é muito importante, porque existe muita descrença, fake news, muita conversa envolvendo transplante, e se não temos boas informações, ficamos mais restritos e com mais dificuldade de liberar um transplante. Temos 450 pessoas aguardando em fila de transplante e esperamos conseguir realizar talvez até mais que 20 ou 30 transplantes nos próximos meses e manter um ritmo, talvez crescer, aumentamos recentemente nosso ambulatório, quem sabe não conseguimos ter mais que 4 ou 5 transplantes mensais.
Luciane Dias Carneiro foi a primeira paciente transplantada conta como começou a doença", meu problema começou com 7 anos de idade, tive uma falência nos rins porque quando era pequena eu comia muito muita manga com sal, fiquei muito tempo internada, eu era jovem quando comecei a fazer hemodiálise e meu transplante foi realizado em 2015.
CN: O que mudou na sua vida?
Luciane Dias Carneiro: Tudo porque quando a gente faz hemodiálise fica muito privado de sair, viajar, alimentação, muita restrições, depois do transplante pode viajar, é uma vida normal.
José Paulo 31 anos: (Paciente de número 400), disse que recebeu a notícia que seria transplantado com muita alegria, "eu não sei nem como explicar, na verdade na mesma hora veio um pensamento e falei meu Deus do céu eu vou ter um futuro, isso foi muito bom e graças a Deus eu consegui", conta.

CN:Como surgiram os problemas renais?
José Paulo: Segundo o médico foi uma bactéria, eu não cuidei e na época estava fazendo regime, eu não tive anticorpos para combater ela afetou uma glândula que fica em cima do rim, l acabou se tornando uma insuficiência.
Reportagem Luiz Santos e Ana Meire Dias
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