Em entrevista concedida na manhã desta quarta (23) ao Programa Levante a Voz da Rádio Sociedade News FM, o advogado da família da líder quilombola Maria Bernadete Pacífico, assassinada na quinta (17), Cleandro Santos, rechaçou uma das falas do governador Jerônimo Rodrigues (PT), quanto as linhas de investigação do crime, quando se referiu a hipótese do crime ter sido motivado pela disputa do tráfico de drogas na região.
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"Não apenas a defesa, mas a família rechaça essa tese, é lamentável que o governador tenha essa posição, até mesmo Bernadete Pacífico tinha uma relação harmoniosa e de respeito com o governador, a defesa não descarta nenhuma hipótese, essa posição de Jerônimo Rodrigues enviesa a investigação, como se assim tivesse dado uma orientação aos seus subordinados. Não havia nenhuma contradição entre Bernadete e o tráfico local, nenhuma animosidade com criminosos locais, pelo contrário, Bernadete era uma líder, uma autoridade moral local, espiritual, entregava cestas básicas disponibilizadas pelos programas de governo, portanto, a defesa não compactua com essa linha de investigação, porém, é muito mais razoável fazer relação entre o assassinato brutal no qual ela e seu filho Binho do Quilombo morreram, essa história contada pelo governador me faz supor que é uma posição muito mais midiática, para dar uma justificativa ao público e pedir justamente que o bem público se aprofunde nas discussões, inclusive na questão fundiária", disse.
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Ainda segundo o advogado, não existe nenhum protocolo formal de proteção à família por parte do Estado.
"A família neste momento está recebendo proteção, por iniciativa de um amigo, o major Hildegart da 23ª Companhia de Simões Filho, tem dado todo o apoio logístico, operacional e de segurança que está em outro local neste momento, apesar da orientação do governador, ainda não existe protocolo formal de proteção à família, neste momento não, mas quem sabe, até o final do dia, inclusive, a família tem solicitado uma reunião direta com o governador, para discutir a segurança e outras questões relacionadas a vida da família".
Cleandro criticou o modelo anterior adotado para proteção de Bernadete Pacífico, que segundo ele era feito por uma Organização não Governamental.
"O programa de proteção ao qual ela estava inserida, sob responsabilidade da Secretaria de Justiça e Direitos Humanos (SJDH) do governo do Estado, é um programa ineficiente. É inaceitável, pois é um programa gerido por uma ONG (Organização Não Governamental), não consigo entender como uma tarefa típica de Estado pode ser cumprida por uma ONG, eram apenas sete câmeras, das sete apenas quatro estavam funcionando, de uma tecnologia atrasada, inclusive o assassino não tinha expertise, porque se tivesse teria levado o HD e não teríamos nem mesmo as imagens", concluiu.
Reportagem: Berinaldo Cazumbá e Hely Beltrão
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