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Bahia 02 de Julho

"O Aeroporto Internacional voltar a se chamar Dois de Julho, é tudo que os baianos querem" diz deputado ao propor mudança do nome do aeroporto de Salvador

Quinta (28)

29/06/2023 14h51 Atualizada há 2 anos
Por: Hely Beltrão Fonte: Conectado News
Foto: Cléia Viana/Câmara dos Deputados
Foto: Cléia Viana/Câmara dos Deputados

Em entrevista concedida ao Programa Levante a Voz da Rádio Sociedade News FM na manhã da quarta (28), o deputado federal Joseildo Ramos (PT) detalhou o PL (Projeto de Lei) que revoga a Lei nº 9.661, de 16 de junho de 1998, que alterou o nome do Aeroporto Dois de Julho para Deputado Luís Eduardo Magalhães, em razão da prematura morte do político baiano, filho do então Senador Antônio Carlos Magalhães.

Para Joseildo, os baianos clamam por esta mudança e  a conquista coletiva do 02 de julho não pode ser sobreposta por algo individual, como a questão do ex-deputado Luiz Eduardo Magalhães.

"Sempre me incomodou a falta de clareza histórica de fatos importantíssimos que aconteceram em vários locais do Brasil, e uma grande luta, uma luta extraordinária aconteceu há 200 anos envolvendo índios, caboclos e gente pobre do Recôncavo, que se reunia em Cachoeira e ali aconteceram as primeiras batalhas para expulsar as últimas tropas portuguesas que estavam na Bahia, não foi uma luta de uma ou duas pessoas, foram milhares de pessoas que deram suas vidas, grandes lideranças, Maria Quitéria e outras mais, gente que foi esquecida e que as nossas escolas não contam essa histórica luta do povo baiano para os nossos estudantes, isso é muito ruim, não queremos tirar o mérito do ex-deputado federal Luís Eduardo Magalhães, foi um grande deputado que tinha no exercício do seu mandato as teses que ele defendia importantes por o período político, mas, nenhum mérito individual pode substituir o coletivo, uma causa coletiva, o Brasil tinha se libertado dos portugueses para além da Bahia, mas a Bahia continuava sob o julgo português, algo que o nosso povo não quis, essa luta precisa ser reconhecida, porque é na realidade algo muito ruim que tira o pertencimento de tudo aquilo que fizemos pela independência do nosso país, mas o nosso projeto sugere para a Câmara de Vereadores de Salvador, colocar a praça em frente ao aeroporto com o nome do deputado Luís Eduardo Magalhães, esse projeto tem esse condão. Esse projeto não sugere tirar o nome do ex-deputado Luís Eduardo Magalhães, mas o Aeroporto Internacional deve voltar a se chamar Dois de Julho, é tudo que os baianos querem, independente da praça continuar com o nome de Luís Eduardo Magalhães, aquela praça que tem na frente do aeroporto, esse projeto foi escrito pelo nosso mandato, convidamos a deputada federal Lídice da Mata (PSB) porque ela conviveu com essas iniciativas outras de grandes deputados como Luiz Alberto, vários outros deputados, ela faz parte dessa história, foi prefeita de Salvador, então me senti só apresentando esse projeto e eu deixaria alguém que viveu essa história recente, dessa tentativa de mudar de maneira cabível o Aeroporto Dois de Julho, por isso, convidei Lídice para ser coautora por uma questão de justiça", disse. 

O deputado aposta na vinda de Lula (PT) e na comoção causada pela data, para obter apoio na aprovação do projeto.

"Esse projeto cava fundo na autoestima e orgulho do nosso povo, a Bahia foi palco junto com Pernambuco de muitas lutas de libertação, principalmente dos indígenas, negros escravizados e o povo pobre, nesse momento, o bicentenário, no momento do dia 2 de julho o presidente da república estará aqui, Lídice e eu estaremos junto dele, nosso companheiro de partido, é um momento em que Lula (PT), ao reconhecer a importância que a Bahia teve no seu retorno para presidir o Brasil, acredito que ele estará sensibilizado por essa causa que não é pequena, não é apenas um nome a ser dado, é uma reparação histórica que devemos fazer pela importância daquela luta, afinal, não estaríamos conversando nesse momento", afirmou.

Projeto depende de aprovação no Congresso Nacional

"Isso é projeto de lei que nomina estes espaços públicos, e no caso do aeroporto a administração é da federação, não é o estado da Bahia e a Prefeitura de Salvador que faz essa denominação, isso é definido por lei, na realidade estamos fazendo o que tenho de fazer, está aí nas redes sociais, estou dando essa entrevista a vocês, darei outras entrevistas, não precisa ser votado até 2 de julho, mas do ponto de vista simbólico, não perderemos essa oportunidade, mesmo porque ficará da história a falta de mobilização ou a falta do entendimento por que todo o povo em todo lugar que vou, dizem: “olha, o bom era chamar aquele aeroporto de Dois de Julho, nos vemos no Dois de Julho, é o único lugar em que o desfile cívico que não veio das autoridades, vem do povo, observe que o 2 de julho, não existe nada igual no país inteiro, é o povo que faz o desfile e as autoridades acompanham, a própria história precisa ser contada como ela é, por isso, não quis perder essa oportunidade junto com a deputada Lídice da Mata e promovemos essa iniciativa, espero que a importância seja reverberada, conversaremos com o presidente da Câmara dos Deputados, do Senado e com Lula no domingo, em pleno 2 de julho".

Ao ser indagado a respeito da descrença a respeito da aprovação do projeto, que ja fora proposto outras vezes, mas não saiu do papel, o deputado disse que devemos ter otimismo, uma vez que a era ACM acabou na Bahia, segundo ele.

"Entendo esse sentimento, que vem desde os tempos em que ACM dominava a Bahia, mas estamos em outros tempos, no quinto governo sucessivo da oposição, do PT e seus aliados, queremos colocar um ponto final e trazer a reparação da nossa história, da nossa vida, isso faz bem ao espírito, ao nosso orgulho e a nossa autoestima como povo, e outra, deixar para trás uma vitória coletiva construída com vidas em favor da unidade deste país, em detrimento de um deputado que teve uma presença no parlamento federal individualizada, sem nenhum demérito, o que está acontecendo é uma iniciativa de reparação política, pode acontecer de não ser aprovado, mas, os nomes que vão negar o encaminhamento pretendido, também ficarão  na história e os eleitores tem de conhecer aqueles que negaram ou podem votar negando esse direito do povo baiano e brasileiro", concluiu.

Reportagem: Luiz Santos e Berinaldo Cazumbá

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