Coletivo de Educadores do Curso de Licenciatura em Educação da UFRB divulgaram carta em apoio aos professores da Escola Municipal Quilombola de Lagoa Grande, no Distrito de Maria Quitéria – Feira de Santana (BA), denunciando irregularidades.
A história social do Brasil é marcada por violências: simbólica, física, material e imaterial. Nesse bojo, dois processos violentos marcam a nossa história, o genocídio dos povos originários (povos indígenas) e a escravização dos povos africanos. Todas essas violências deixaram marcas na nossa sociedade, sobretudo, o RACISMO ESTRUTURAL.
E nesse processo, normalmente os sujeitos que tiveram seus direitos violados ficam em silêncio e/ou são silenciados, mas no século XXI não há mais tempo para silenciar nem compactuar com esse silenciamento.
Recentemente, o Colegiado do Curso de Licenciatura em Educação do Campo das áreas de Ciências da Natureza e Matemática foi convidado a participar de um momento formativo promovido pelos Professores/as Aquilombando, da Escola Municipal Quilombola Luiz Pereira dos Santos, localizada na Comunidade Quilombola de Lagoa Grande, no Distrito de Maria Quitéria – Feira de Santana (BA).
O convite se deu pelo fato de alguns discentes dos nossos cursos atuarem na comunidade, no âmbito da Pedagogia da Alternância. Na ocasião tivemos a oportunidade de conhecer e ouvir dos/as professores/as ASPECTOS URGENTES de diversas pautas oriundas de problemáticas vivenciadas na Unidade Escolar, tais como:
- VIOLAÇÃO DO DIREITO DE CÁTEDRA DOS(AS) PROFESSORES(AS) DA ESCOLA
- EXCLUSÃO DE PROFESSORES DAS REUNIÕES DE PAIS/MÃES DA ESCOLA
- CONTRAVENÇÃO DO DIREITO DOS(AS) PROFESSORES(AS) DE ORQUESTRAR AS AULAS COM AUTONOMIA
- ATOS DE INTOLERÂNCIA RELIGIOSA NA ESCOLA.
A situação do não cumprimento das Diretrizes Operacionais da Educação Escolar Quilombola na referida escola, assim como os casos de assédio moral no campo do trabalho docente nesse contexto, nos ensina que a luta contra o racismo estrutural e institucional deve ser permanente e envolver outros sujeitos e instituições que não àqueles diretamente relacionados ao contexto opressivo.
Ante o exposto, gostaríamos de manifestar nossa solidariedade ao grupo de professores da Escola Municipal Quilombola Luiz Pereira dos Santos e nos colocar à disposição para o enfrentamento, enquanto instituição pública de ensino, dos atos violentos vivenciados no cotidiano escolar, ao passo em que convidamos outros sujeitos, instituições e movimentos sociais para a assinatura da presente carta e o engajamento na resolutividade das situações expostas.
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