O Brasil registrou 38 pontos e ficou em 94º lugar entre 180 países no ranking mundial da corrupção divulgado pela Transparência Internacional. É o terceiro ano consecutivo que o Brasil mantém um desempenho ruim no índice, de acordo com a organização.
O Índice de Percepção da Corrupção (IPC) mede como especialistas e empresários enxergam a integridade do setor público nos 180 países pesquisados. A nota vai de 0 a 100, onde 0 significa “altamente corrupto” e 100 significa “muito íntegro”.
Em entrevista ao Conectado News, o Procurador de Justiça de São Paulo e Presidente do Instituto Não Aceito Corrupção, Doutor Roberto Livianu explicou porque o Brasil não melhorou no ranking.
"O índice de percepção de corrupção da Transparência Internacional sinaliza que é uma década perdida, nos últimos quatro anos do governo Bolsonaro, em que falavam que iam acabar com a corrupção, não passou de bravata, porque tivemos o enfraquecimento da Lei de Improbidade, da Lei da Ficha Limpa e o índice de percepção da corrupção mostra o país estagnado em relação a isso e ultrapassado por uma série de outros países, estamos na posição 94 de um total de 180 países, sendo a nona economia do mundo. Quando teremos uma situação diferente? Quando houver um enfrentamento efetivo da corrupção, o Brasil nunca teve uma política pública anticorrupção, temos uma lei ou outra que volta e meia sofre retrocessos, está se falando atualmente em modificar a lei das estatais, o que pode representar mais um duro golpe no combate a corrupção, vivendo assim constantes avanços e recuos, o que acaba impactando na vida da sociedade, especialmente nas camadas mais humildes que dependem das políticas públicas, é uma situação bastante dramática, triste. Segundo relatório da transparência internacional, isso está bastante ligado aos problemas gerados pela instabilidade democrática, ao analisarmos os países que estão nos 10 últimos lugares do ranking, todos eles, todos eles tem problemas de instabilidade democrática, onde se tem essa instabilidade, existe corrupção.
Roberto finalizou, explicando como o cidadão pode fazer a sua parte.
"Costumo dizer que a corrupção não pode ser enfrentada com atos de heroísmo, bala de prata, não decorre de uma única causa e com uma única ação, depende de políticas públicas, dos fatores que geram a corrupção, redução da impunidade, melhoria das leis, há uma soma de fatores, a participação da sociedade é relevante, se observarmos como a sociedade se comporta por exemplo, ao transmitir valores para os seus filhos, como educam os seus filhos com relação aos valores de integridade, como se comportam com relação aos fatos de corrupção que ocorrem na esfera da sua vida, as pessoas são coniventes, denunciam, colaboram com as autoridades nessas apurações, qual a postura das pessoas com relação a isso? A sociedade pode se organizar, colaborar, denunciar, transmitir bons valores para as próximas gerações, existe uma série de coisas que podem ser feitas para que esse cenário se modifique", concluiu.
Reportagem: Emanuele Pilger
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