As ações das Lojas Americanas estão sofrendo quedas seguidas, depois da publicação de um comunicado expondo “inconsistências em lançamentos contábeis” no balanço. O valor do rombo foi estimado em R$ 20 bilhões em uma análise preliminar e é relacionado a uma operação financeira conhecida como "risco sacado".
Essa operação é comum no varejo. Na prática, a companhia pega dinheiro emprestado com um banco para comprar de fornecedores. O banco paga aos fornecedores, e a empresa paga ao banco o dinheiro financiado, com juros. Isso é bom para uma companhia porque o empréstimo tem um prazo de pagamento maior do que o exigido pelos fornecedores, o que deixa mais dinheiro em caixa para a sua operação.
Em vez de registrar os valores como uma dívida bancária, eles foram informados como dívidas aos fornecedores, e os pagamentos dos juros devidos com essa operação foram contabilizados como uma redução do valor devido aos fornecedores, e não uma despesa financeira.
Isso distorceu seus resultados, porque fez com que as despesas da empresa e seu endividamento aparecessem no balanço com um valor menor do que eram na realidade, e o lucro e o patrimônio líquido (a diferença entre seus bens e suas obrigações financeiras) fossem maiores.
Internautas relataram ao Conectado News uma queda acentuada no movimento das lojas da rede varejista aqui em Feira de Santana, bem como a preocupação nítida no rosto dos funcionários com relação ao futuro. "Estive ontem, na unidade localizada na AV. Senhor dos Passos, e era nítida a preocupação dos funcionários e o esvaziamento do estabelecimento, que geralmente vivia lotado antes do escândalo", afirmou o internauta.
O advogado especialista em Direito do Consumidor, Magno Felzemburgh, orienta os consumidores a comprarem diretamente na loja e caso precisem acionar a garantia, procurar diretamente o fabricante.
"Sobre essa polêmica envolvendo as Lojas Americanas, estão em recuperação judicial aguardando uma posição da justiça quanto aos credores, nesse quadro de recuperação judicial, como já aconteceu com outras empresas, como a OI, que permaneceu anos em recuperação judicial, o consumidor deve estar atento a alguns pontos, por exemplo, entrar com ação contra uma empresa que está em recuperação judicial é um processo longo, demorado, não sabe se terá êxito no final, se fizer acordo resolveu, se não fizer, ficará em uma situação desconfortável. Nesse primeiro momento de preferência a comprar na própria loja, se você compra, paga e leva, porque se tiver problema na entrega você terá de buscar a via judicial, mas as pessoas que já adquiriram os produtos, já compraram e estão em casa, o aparelho tem um mês e esse aparelho deu problema, a garantia permanece, porque é oriunda do fabricante, o lojista tem uma responsabilidade solidária, mas você tem o fabricante a quem recorrer, a orientação é que no momento que você for processar, busque resolver o problema com o fabricante, exerça seu direito sobre a garantia do produto, você continua protegido pelo Código de Defesa do Consumidor, quem adquiriu o produto não terá problema algum. Aguardemos o comportamento da empresa quanto a entrega de produtos, esse seria um problema de difícil solução pelas vias judiciais caso não haja acordo, observemos a conduta durante esse primeiro mês, caso permaneça com esse comportamento de entregar os produtos, o consumidor se sentirá mais confortável em permanecer adquirindo os produtos através do site. Nesse momento deve-se ter bastante cautela, analisar o mercado, acompanhar o site de reclamações, site de queixas, Procon, e o site https://www.consumidor.gov.br.
Reportagem: Luiz Santos e Hely Beltrão
Mín. 17° Máx. 29°
Mín. 18° Máx. 27°
Chuvas esparsasMín. 16° Máx. 27°
Tempo nublado